Debate: Haddad prioriza apresentação de propostas para São Paulo

O candidato da coligação Para Mudar e Renovar São Paulo (PT, PCdoB, PSB e PP), Fernando Haddad, priorizou a apresentação das propostas de seu programa de governo no debate realizado nesta segunda-feira (3) pela Rede TV!/Folha de S. Paulo com candidatos à Prefeitura da capital paulista.

Debate Rede TV/ Folha - Marcos Bezerra/Futura Press/AE

Participaram os candidatos José Serra (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT), Soninha Francine (PPS), Levy Fidelix (PRTB) e Carlos Gianazzi (PSOL). A mediação foi do jornalista Kennedy Alencar. As jornalistas Vera Magalhães, editora do Painel da Folha, e Patrícia Zorzan, repórter da RedeTV! fizeram perguntas.

Enquanto os outros candidatos trocaram acusações, Fernando Haddad aproveitou seu tempo para explicar como vai funcionar o Bilhete Único Mensal, a Rede Hora Certa. Também defendeu a atuação da ex-prefeita Marta Suplicy na área de educação.

Chalita x Serra

No primeiro bloco, Gabriel Chalita (PMDB) escolheu José Serra (PSDB) para fazer a sua pergunta e escolheu tema já abordado em debate anterior e em seus programas eleitorais. "O senhor fechou as escolas em tempo integral. O senhor fechou ou não fechou?"

"Ninguém fechou nada", respondeu Serra, que afirmou que Chalita assinou o decreto criando a escola em período integral três meses antes de sair da Secretaria. "Esperou quatro anos para colocar pra frente, ou seja, era pra outro tocar, não tinha recursos, não tinha preparação, não tinha espaço, ninguém fechou nada. O governo do Lembo, anterior ao meu, começou a ver como poderia trabalhar com isso, hoje deve ter 300 escolas nessa condição", respondeu o tucano.

"Foi uma pena ele ter fechado as escolas em tempo integral", disse Chalita, na réplica. Serra afirmou que Chalita estava mentindo e que não tinha “praticamente nada” para apresentar.

"Quem disse que não conhecia o Paulo Preto não fui eu. Quem disse que não nomeou o Aref não fui eu. Quem disse que não sairia da prefeitura não fui eu", rebateu Chalita, que deixou o PSDB após desavenças com Serra, então governador.

Paulo Preto foi diretor da Dersa, acusado de sumir com dinheiro da campanha do tucano em 2010. Em um primeiro momento, ao ser questionado sobre o episódio, Serra afirmou desconhecer o ex-diretor da estatal. Souza nega as acusações. Serra e Chalita pediram direito de resposta, mas foram negados pela organização do debate.

Alianças

Soninha Francine (PPS) questionou Haddad sobre o apoio de Paulo Maluf (PP). O ex-ministro da Educação afirmou que não ia "fulanizar" a política. "Eu faço aliança com partidos políticos", afirmou Haddad, que aproveitou para citar o apoio de Roberto Jefferson, do PTB, a Celso Russomanno, e de Valdemar Costa Neto, do PR, à Serra. Jefferson e Costa Neto são réus no processo do mensalão.

Bilhete Único Mensal

Haddad, por sua vez, escolheu o líder nas pesquisas Celso Russomanno (PRB) para responder sobre transporte. Ele questionou o motivo do candidato do PRB ser contra a sua proposta do Bilhete Único Mensal.

“Gostaria muito de conhecer seus números, eu não tenho problema nenhum em implantar se for possível. Mas quero que você mostre os estudos porque propaganda enganosa é crime, sou especialista em defesa do consumidor”, afirmou Russomanno.

Haddad respondeu em sua réplica que a equipe que criou sua proposta é a mesma que fez o Bilhete Único da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). "Ela também foi muito criticada na época. Eu não consigo compreender como uma cidade rica como são Paulo não pode conceder um benefício como esse que já existe em outras grandes cidade do mundo”, respondeu Haddad.

Rejeição

Ao ser questionado pela jornalista da Folha Vera Magalhães sobre os índices de rejeição e se ele acha que o eleitor de São Paulo o está responsabilizando por uma gestão mal avaliada do prefeito Gilberto Kassab (PSD), Serra justificou o número dizendo que é o mais conhecido entre os prefeituráveis e, por isso, tem mais eleitores que dizem não votar nele. "Não fui eu quem deu a ele [Kassab] a Prefeitura. Ele foi eleito com 61% dos votos contra a Marta", afirmou o tucano. "Esse é um assunto que vai ser resolvido na eleição e não em pesquisa", completou.

Vera pediu para Haddad comentar a resposta de Serra. Haddad afirmou que concorda que Serra seja o candidato mais conhecido e que, por isso, se expõe mais, porém diz que vê em São Paulo um sentimento por mudança, e não continuidade. De acordo com a última pesquisa Datafolha, 43% dos eleitores dizem que não votariam no tucano.

Igreja

Russomanno — líder nas pesquisas de intenção de voto — negou que seu partido seja controlado pela Igreja Universal no segundo bloco do debate. A afirmação foi feita após a jornalista Patrícia Zorzan, da RedeTV!, perguntar ao candidato do PRB se caso eleito, seria influenciado pela religião.

"O meu partido é constituído por membros do Brasil inteiro e no meu partido 80% são católicos ou outras religiões e só 20% é evangélico. Só 6% [dos membros do partido] são da Universal", afirmou Russomanno.

Fonte: Uol