CPMI do Cachoeira ouvirá deputado Leréia nesta terça

O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) será ouvido nesta terça-feira (4) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. Investigação da Polícia Federal apontou ligação do deputado com a organização do contraventor. Leréia enfrenta processo na Câmara dos Deputados que pode levar à cassação.

De acordo com as investigações, o deputado teria recebido dinheiro da organização. Além disso, teria alertado Carlinhos Cachoeira sobre uma operação policial e usado o cartão dele para fazer compras. Em entrevistas concedidas após as denúncias, o deputado se declarou amigo de Cachoeira e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.

Em sua defesa, Leréia divulgou nota em abril, por meio de sua assessoria, afirmando que é amigo pessoal de Carlinhos Cachoeira, mas que “jamais” intercedeu em licitação de interesse do empresário.

O deputado assegurou ainda não ter relação com a exploração de jogos ilegais que motivou a investigação sobre o contraventor. “Ressaltei ser amigo de longa data sem, no entanto, com isso, incorrer em quebra de decoro parlamentar”, afirmou Leréia à época, no documento que foi entregue à Corregedoria Parlamentar.

O processo contra Leréia na Câmara dos Deputados foi aberto após denúncia do deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Uma comissão de sindicância formada por quatro parlamentares, mais o corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), votou pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética.

A decisão final sobre o encaminhamento ao conselho caberá à Mesa da Câmara. Ainda não há data para a reunião, mas a expectativa é que ocorra na próxima semana, durante o esforço concentrado.

“Laranja”

Além do deputado, a CPMI deverá ouvir, também na terça-feira, André Teixeira Jorge, funcionário da Delta Construções. Ele é apontado pela polícia como integrante da organização. As investigações apontam, ainda, que sua evolução patrimonial e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele seja usado como “laranja” pelo grupo.

Fonte: Correio do Brasil