Justiça de Jersey recusa pedido de Maluf: argumentos são cínicos

Nesta segunda-feira (03), a Corte Real de Jersey — ilha localizada no Canal da Mancha, de dependência da Coroa Britânica — rejeitou mais uma tentativa dos advogados de defesa de Paulo Maluf de adiar o julgamento em relação ao destino do dinheiro que estaria congelado em contas no paraíso fiscal.

Maluf - Agência Estado

A Corte concordou com a versão dos advogados da prefeitura de São Paulo de que os argumentos para pedir o adiamento seriam "cínicos". Há cerca de um mês, a Corte concluiu as audiências em torno do caso aberto pela prefeitura de São Paulo para reaver o dinheiro que Maluf teria desviado das obras da Avenida Águas Espraiadas e que estariam no paraíso fiscal.

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O julgamento permitiu que, pela primeira vez em uma década, documentos fossem liberados mostrando que a família de Maluf administrou contas no exterior , algo que o ex-prefeito sempre negou.

A decisão deve ser tomada nos próximos meses. Mas, enquanto isso, a Corte tem sido obrigada a se pronunciar sobre tentativas dos advogados de Maluf de impedir que uma decisão seja anunciada. Numa decisão do dia 22 de agosto e que foi divulgada agora, a corte revela como os advogados do ex-prefeito tentaram, já em 4 de julho, incluir novos elementos ao processo e, assim, pedir que a audiência fosse adiada. Uma primeira decisão rejeitou o pedido. Mas os advogados de Maluf voltaram a insistir com a tese e apelar da decisão. Uma vez mais a corte a rejeitou, no dia 28 de agosto.

Entre os motivos da rejeição, a corte estima que as explicações que os advogados de Maluf gostariam de incluir poderiam ter sido apresentadas "durante as audiências". O que os advogados de Maluf queriam incluir, segundo os documentos da Corte, seriam "declarações legais de advogado".

Nas próximas semanas, a Corte deve se pronunciar sobre o dinheiro de Maluf na ilha e se os recursos devem ou não voltar aos cofres públicos em São Paulo.

Com informações da Agência Estado