Ameaça de conflito no Irã é real, diz especialista russo

Ação é inevitável e pode ter início entre janeiro e junho do ano que vem, afirma o presidente do Instituto de Estudos sobre o Oriente Médio, Ievguêni Satanóvski. “Conflito militar contra o Irã dará à Rússia novas oportunidades, geradas sobretudo pela inevitável alta do petróleo”, adianta.

Na semana passada, vários membros do governo de Israel fizeram declarações duras sobre o Irã. Paralelamente, os departamentos de defesa e segurança israelenses se mostraram prontos para a guerra, divulgando pela primeira vez um eventual roteiro de suas operações militares.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, proclamou a questão iraniana como prioritária e prestou contas do trabalho realizado por seu governo no mês passado para “organizar a defesa do país”, informou jornal russo “Kommersant”.

O ministro do Interior israelense, Yitzhak Aharonovich, disse, por sua vez, que a polícia e os bombeiros também estão prontos. Já o ex-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai, afirmou que o conflito deve se resumir a um confronto de 30 dias em várias frentes (Irã, Faixa de Gaza e sul do Líbano) e que os sistemas de defesa antimíssil Iron Dome (Cúpula de Ferro) e Arrow irão defender "seguramente" a nação.

“Mas é difícil dizer em que medida essa guerra vai ser iraniano-israelense, porque os principais inimigos geopolíticas do Irã são as monarquias árabes [Barein, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Omã e Arábia Saudita]”, afirma Ievguêni Satanóvski.

Todos esses países são fortes aliados dos Estados Unidos e cumprem um papel determinante contra os países soberanos da região. Exemplo disso é a Síria, que sofre intervenção de bandos terroristas e mercenários apoiados diretamente pelo Catar e pela Arábia Saudita, com apoio indireto dos Estados Unidos e seus satélites europeus.

“É difícil prever se a guerra começará em setembro ou outubro, com um ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã, ou no período entre janeiro e julho, isto é, entre as eleições presidenciais nos EUA e no Irã”, arrisca Satanóvski.

Paralelamente, o preço do petróleo irá subir. Ainda de acordo com o cientista, o conflito armado com o Irã “poderá reduzir sua participação no projeto de construção do gasoduto Nabuco, que contorna o território russo”. Isso será do interesse da Rússia, que está empenhada em promover seu gasoduto Corrente do Sul.

As eleições presidenciais nos EUA serão realizadas em novembro deste ano, mas a posse do presidente eleito e a formação do governo acontecerão só em janeiro de 2013. No Irã, as votações estão previstas para junho de 2013.

Segundo ele, as chances de Israel atacar o Irã sozinho são grandes, embora não descarte o envolvimento dos EUA.

Com agências