Grevistas do Judiciário entram em confronto com a polícia

Servidores em greve do Judiciário e do Ministério Público da União, entraram em confronto com policiais militares em mais uma manifestação organizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quinta-feira.

A polícia reagiu após um dos manifestantes derrubar parte da grade de proteção instalada na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, para impedir o acesso ao prédio em que trabalha a presidente Dilma Rousseff. Houve um empurra-empurra e os policiais usaram gás de pimenta para dispersar o tumulto. Os manifestantes responderam atirando pedras e bandeiras.

Pelos cálculos do Sindicato dos Servidores do Judiciário, no Distrito Federal (Sindjus/DF), quatro mil pessoas participaram da manifestação, mas a Polícia Militar calculou em 500 pessoas.

O STF foi cercado por policiais militares e pela segurança do tribunal, para evitar invasões. Quatro carros de choques também ajudam na segurança.

Servidores do STF também aderem à paralização

Os servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) aderiram desde quarta-feirà a greve que ocorre em órgãos do Judiciário, por tempo indeterminado. A paralisação não deve afetar os serviços essenciais da Corte e do julgamento do mensalão, segundo informações da representante do movimento grevista, Mônica Villarino.

De acordo com Mônica Villarino, os servidores do STF rejeitaram proposta do Poder Executivo, de reajuste de 15,8% dividido em três anos, em assembleia realizada ontem. “Somando o tempo que estamos sem reajuste, já serão nove anos [o último aumento salarial da categoria foi em 2006]. É um valor inviável, não cobre sequer a inflação”, argumentou.

A reivindicação da categoria é a aprovação do Projeto de Lei 6613, em tramitação desde 2009, que prevê reajustes de 56% na folha salarial dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União.

Pelo projeto, enviado ao Congresso Nacional pelo STF, o vencimento básico do analista judiciário no início de carreira será R$ 6.855,73 e, no fim de carreira, R$ 10.883,07. A esse valor é a crescida a Gratificação Judiciária (GAJ), que corresponde a 50% do vencimento básico do servidor, além de vantagens pecuniárias. Somadas as gratificações, a remuneração inicial do analista judiciário passará dos atuais R$ 6 mil para cerca de R$ 10 mil. O salário do mesmo cargo no final da carreira vai de R$ 10 mil para cerca de R$ 16 mil.