Marcha Cotas Sim reúne estudantes goianos pelo sistema de cotas

Estudantes de Goiânia realizam nesta quinta-feira (23) a manifestação Cotas Sim, em defesa das cotas raciais e sociais nas universidades. "É necessário e importante estimular as pessoas a saírem às ruas para mostrar que somos favoráveis às cotas; os estudantes e a classe trabalhadora precisam se organizar para continuar esta luta em busca da Educação que o Estado nos deve”, avalia Flávio Batista, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Goiânia (DCE/UFG).

A pressão sobre o governo para sancionar o projeto de lei, que já foi aprovado no Senado Federal, e garantir 50% das vagas nas universidades públicas para determinados estudantes, tornou-se uma necessidade, pela falta de compromisso da educação brasileira com as questões étnicas e de diversidade racial, avalia o integrante do DCE.

"Essa é uma questão fundamental sobre o processo educacional no país; uma forma de dialogar com uma massa excluída de negros, indígenas e outros grupos que não estão inseridos na educação clássica que o Estado deveria ter como prioridade”, disse Flávio.

Para ele, a educação tem que ser levada em consideração como uma dívida do Estado a uma parcela excluída da população que pode ser observada pela ausência no núcleo de ensino superior: "É importante afirmar essa medida da manifestação a favor das cotas e discutir a educação básica como algo que existe desde o início e que exclui uma parte da sociedade”.

De acordo com o estudo A Invisibilidade do Negro Goiano, realizado no ano de 2009 pela professora na Faculdade de Educação da UFG, Cristiane Maria Ribeiro, em Goiás, 83,40% dos brancos são alfabetizados, enquanto os pardos alfabetizados são 75,12% e os pretos, apenas 53,685. Sendo assim, quase metade dos pretos – 46,32% – não se alfabetizaram, sendo esses percentuais menores para brancos e pardos, respectivamente, 16,60% e 24,88%.

Fonte: Adital