MEC estuda novo currículo para Ensino Médio público

Diante do quadro de estagnação do Ensino Médio na rede pública do país, o governo federal anunciou que pretende mudar a grade curricular, reduzindo o número de disciplinas nas escolas. "É uma sobrecarga muito grande. Não contribui para formar melhor o aluno", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, repercutindo a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), na terça-feira (14).

Para Mercadante, é grande o número de matérias obrigatórias no ensino médio (13 matérias). A proposta de redução do currículo nessa etapa da educação pública será apreciada pelo Conselho Nacional de Educação.

O plano de mudança foi anunciado pelo ministério juntamente com os resultados do Ideb. Os dados se referem ao desempenho do ano passado, o ensino médio, antigo colegial, estagnou no país. A nota, que vai de zero a dez, considera o desempenho em português e matemática e também a taxa de aprovação dos estudantes (quantos passaram de ano).

Divulgado a cada dois anos, o índice estagnou em 3,4 no ensino médio público, de responsabilidade dos estados, o mesmo indicador de 2009, ainda que dentro da meta de 2011. Na rede privada, por exemplo, a nota média nessa etapa de ensino foi de 5,7. A meta estipulada é de 5,8.

O Ideb mostra também que o desempenho de estudantes do ensino médio público em português e matemática foi inferior ao atingido por alunos do último ano do fundamental particular. Em matemática, a nota foi 265 pontos na rede pública contra 298 na particular, por exemplo.

Melhor desempenho

O desempenho dos alunos do ensino fundamental em escolas públicas foi mais animador.
Os estudantes do 5º ano do fundamental melhoraram e chegaram ao patamar que era esperado apenas para 2013: média 4,7.

"As gerações mais novas tiveram muitos fatores que beneficiaram o aprendizado, como o aumento de estudantes na pré-escola, melhoria da renda familiar e da educação dos pais. Então, é natural que o ensino evolua mais nessas séries", diz o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho.

Com Folha de S. Paulo