CPI do Cachoeira: contraventor será reconvocado para depor

A CPI do Cachoeira aprovou, em sessão realizada nesta terça-feira (14), a reconvocação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Preso desde fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e uma rede de jogos ilegais, ele tem se mantido em silêncio desde a deflagração da Operação Monte Carlo.

Em maio, Cachoeira esteve na CPI, mas permaneceu calado. Na ocasião, ele disse que falaria apenas em juizo e que, depois, poderia eventualmente voltar à CPI para responder às questões dos parlamentares. No entanto, ele adotou o mesmo comportamento em audiência na Justiça Federal, em Goiânia, em julho, e não respondeu a quaisquer perguntas.

A data de seu depoimento ainda não foi definida.

Os parlamentares esperam que, com a mudança em sua defesa, Cachoeira altere sua estratégia de ficar calado. O empresário vem sofrendo sucessivas derrotas em habeas corpus impetrados na Justiça para ser libertado da prisão.

Subrelatorias

A CPI também rejeitou a criação de subrelatorias, que, conforme parlamentares que defendiam a iniciativa, permitiram agilizar apurações sobre as diferentes linhas de investigação da CPI, tais como as relações políticas do esquema e as questões que envolvem mais diretamente o jogo ilegal.

A comissão definiu que na próxima semana serão ouvidos, na terça-feira (21), os procuradores da República responsáveis pelas investigações, e, na quarta-feira, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón, que também atua como porta-voz informal do governador Marconi Perillo (PSDB).

A CPI também aprovou a convocação de outras 16 pessoas envolvidas com o esquema. Entre eles, prefeitos de municípios goianos onde, segundo as investigações da PF, Cachoeira tinha influência sobre contratos públicos.

No entanto, mais de 250 requerimentos pendentes não foram sequer colocados em votação. Entre eles, está o pedido de convocação de Celso Russomanno, candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo.

Um relatório da Polícia Federal aponta um diálogo entre integrantes do grupo de Cachoeira em que o nome de Russomanno é citado como dono de dinheiro depositado em um paraíso fiscal. O candidato nega.

Fonte: Folha de S. Paulo