Distrito Federal tem maior percentual de solteiros do país

Pouca gente sabe, mas os solteiros também têm um dia para chamar de seu: 15 de agosto. A data foi a escolhida para que possam comemorar uma vida sem compromissos sérios. E não é pequena esta parcela da população.

No Distrito Federal, de acordo com o Instituto de Pesquisas Ipsos Marplan, 41% dos brasilienses estão sozinhos. Do total, 53% são mulheres. Segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), o maior percentual de solteiros se encontra no Lago Norte, com 37,5%, seguido de Cruzeiro (36,6%) e Guará (36,2%).

Fazendo parte deste grupo está a comerciária Aline Ishiyama, 26 anos, sem parceiros há quase quatro anos. Ela conta que no início era por opção, mas que, agora, o problema está em encontrar alguém que queria ter algum relacionamento sério. “Não estou mais na idade de apenas ficar, quero compromisso, mas eles não querem nada sério”, conta.

Ela sabe traçar seu perfil ideal de companheiro e se diz exigente. “Todo mundo quer alguém que combine com o seu perfil. Estou em busca de um cara que tenha mais ou menos a minha idade, que trabalhe, tenha boa aparência e goste de se cuidar”, diz.

Já o estudante Fillipe Araújo, 24 anos, afirma que está sozinho há quase um ano, mas que ainda tem muito a aproveitar de sua solteirice. “Tenho a vantagem de poder sair para qualquer lugar sem precisar dar satisfação de onde irei e do que irei fazer”, comenta.

Para ele, estar solteiro é sinônimo de liberdade, o que nem sempre acontece quando se está com alguém. “Se quero jogar um futebol no domingo com os amigos e a namorada quiser fazer algo na mesma hora, pode dar algum tipo de estresse. Se eu quiser ir para um bar com os meninos, também pode ser que ela não aceite bem”, diz.

Clube

De acordo com a Codeplan, 5,7 mil pessoas estão solteiras na Candangolândia, ou seja 35,3% dos residentes da região. É a sétima região administrativa do DF com mais descompromissados. Pensando nisso, no início do ano foi criado um clube chamado: Solteiros em Busca do seu Alguém. Os integrantes se reúnem, ouvem palestras sobre o amor, harmonia, amizade e, depois, conversam com o intuito de encontrar o seu par perfeito.

Segundo o organizador, Edson Luiz, o encontro entre os solteiros acontece há sete meses e já formou um casal. “Começou com o pessoal da administração da cidade. Trabalho lá e vi que tinha muita gente solitária, então decidimos reunir algumas pessoas”, explica.

De acordo com ele, o objetivo principal é sair do isolamento, fazer amizades, mas, se durante esse caminho, surgir o gosto por outra pessoa, é melhor ainda. “As pessoas são muito solitárias e nosso objetivo principal é fortalecer o amor próprio e às outras pessoas. O importante é conviver com os demais, por isso, já estamos planejando montar coral, time de futebol, banda, churrascos, feijoadas, tudo que faça criar vínculos. E, assim, quem sabe, algum relacionamento”, afirma.

No último sábado, aproximadamente 25 pessoas participaram da reunião, que ocorre duas vezes por mês. Quem quiser participar, basta ir até um dos encontros. Contatos pelo telefone 8145-7657.

“Esperamos 30 anos para o amor bater”

O grupo Solteiros em Busca do seu Alguém já tem casal formado. Dorian Rizzo, 55 anos, e Dorinha Lopes, 53 anos, já estão até de casamento marcado para março de 2013. Garantem que mesmo se conhecendo há apenas cinco meses, o amor entre eles é puro e verdadeiro.

“A gente trabalhou no mesmo lugar, na mesma época e nunca se viu. Eu morava perto de uma tia dela, tínhamos os mesmos amigos, mas nada de a gente se conhecer. Tivemos que esperar por mais de 30 anos para o amor bater”, comenta o apaixonado noivo Dorian. Ele conta que já estava separado há mais de quatro anos, quando decidiu, junto com seu amigo e organizador do grupo Edson Luiz, fazer as reuniões na Administração da Candangolândia.

“Ficar solteiro não é bom, as pessoas não podem ser sozinhas. Fui algumas vezes aos encontros, mas a Dorinha não estava e, quando ela ia, eu não ia. Até que um dia o Edson viu que a gente combinava e marcou para os dois irem juntos. Lá conversamos em uma sala sozinhos por mais de duas horas e parecia que nos conhecíamos há anos”, comenta. Desde então, o casal não desgruda mais. Um conheceu a família do outro e os filhos dos dois aceitaram bem as novas relações dos pais.