Ato marca um ano da tragédia que matou nove operários
Em memória aos nove operários que morreram após o elevador despencar do último andar de um prédio em construção na avenida ACM, em 9 de agosto do ano passado, foi realizado ato no local onde aconteceu a tragédia, paralisando o canteiro de obras durante algumas horas. Às 6h desta quinta-feira (09/08), foi celebrada uma missa, com as presenças de parentes, familiares e trabalhadores da construção civil.
Publicado 09/08/2012 18:35 | Editado 04/03/2020 16:18
O presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e da Madeira), Zé Ribeiro, lamenta a tragédia, mas ressalta que é preciso lembrar que, em 2011, foram 19 acidentes fatais registrados pela entidade e esta ano mais dois. “Fizemos a manifestação lá na obra, por que foi o local que mais se destacou, foi chocante. Mas, não podemos deixar os outros 12 esquecidos. Outras 12 famílias passam pelo mesmo problema”, explica.
De acordo com o presidente, desde janeiro já foram registrados 50 acidentes de trabalho nos canteiros de obras das cidades que foram a base do Sintracom-BA. Por conta disso, o Sindicato iniciou na segunda-feira (06/08) uma campanha por mais segurança, visitando os maiores canteiros de obra da cidade. “A categoria reivindica mais investimento por parte das empresas e o uso dos equipamentos de proteção individual”.
Além do Sintracom, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Regional Bahia, e a Fetracom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira do Estado da Bahia), que promoveram o ato junto ao Sindicato, marcaram presença também representantes da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE).
Números
De acordo com a SRTE, no ano passado foram registradas 19 mortes por acidente de trabalho no setor, sendo nove somente neste episódio. De janeiro até julho deste ano, duas mortes foram contabilizadas, ambas no interior do Estado. Segundo a Secretaria, por ano, morrem cerca de 120 trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho na Bahia. Do total, 20% são na construção civil.
De Salvador,
Maiana Brito