Material de qualidade ruim causou acidente no Mané Garrincha

“Nós analisamos algumas fotos que mostram um tubo dobrado, possivelmente por deficiência do material utilizado na estrutura de sustentação da forma”, disse à Agência Brasil o diretor do Crea-DF, Liberalino Jacinto de Souza. “Esse material parece não ter resistido à pressão do material localizado acima, a 24 metros de altura. É possível que, na montagem, essa estrutura não tenha ficado devidamente alinhada e fixada, permitindo que a carga apoiada escorregasse e fazendo com que o concreto ainda fresco caísse. Se o concreto já estivesse seco, provavelmente não teria caído”.

O diretor do Crea disse que o relatório apresentado aponta apenas indícios e que a real causa do acidente só será confirmada após a conclusão dos laudos periciais. “A princípio, nada indica que o acidente tenha acontecido devido à pressa com que a obra tem sido tocada, mas essa deverá ser uma das possibilidades a serem analisadas pela perícia técnica”. Não há data prevista para a entrega dos laudos periciais. A fiscalização feita pelo Crea teve o objetivo de verificar se empresa e profissionais ligados à obra estão registrados. Ficou constatado que a empresa Ulma do Brasil Formas e Escoramentos, contratada para “locação, com acompanhamento das montagens das formas e escoramentos”, não possui registro no Crea.

Com isso, ela foi autuada e terá dez dias para regularizar a situação, providenciando, além do registro, a devida anotação de responsabilidade técnica do serviço. Segundo o relatório, os cinco operários acidentados utilizavam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) obrigatórios. Esse é o segundo acidente grave ocorrido na obra. O primeiro foi em junho, quando um ajudante de obra morreu após cair de uma laje a 30 metros de altura. O estádio vai sediar jogos da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.