SP: Prefeitura e Estado usam lixão lacrado há quase 4 anos
Nem a chuva forte e nem a tarde fria de inverno afugentavam o grupo de pelo menos dez catadores que vasculhavam o lixão de Mongaguá, cidade da Baixada Santista, atrás da sobrevivência. De acordo com dados da Cetesb somente 9% das cidades têm planos de gestão de resíduos.
Publicado 06/08/2012 09:14
O governo do Estado, por meio da Cetesb, a agência ambiental paulista, lacrou o lugar há quase quatro anos.
O mesmo órgão, entretanto, liberou pouco tempo depois a área para receber, de forma provisória e emergencial, o lixo da cidade. A licença, classificada como temporária pela prefeitura e pelo Estado, existe desde então.
O local é vizinho de uma área de mata atlântica e de um pequeno rio. Não existe nenhum tipo de proteção ao solo, o que significa que toda parte líquida que vem com o lixo vai chegar ao lençol freático em algum momento.
As últimas multas aplicadas pela Cetesb à Prefeitura de Mongaguá são de março de 2010. Depois disso, caminhões continuam indo e vindo cheios de lixo todos os dias, dizem testemunhas que não quiseram se identificar.
No dia em que a reportagem esteve no local, em julho, um caminhão entrou no lixão e estacionou.
O motorista pediu autorização verbal para o único funcionário que toma conta do lixão e jogou tudo que estava em sua caçamba no primeiro canto que encontrou.
Não era lixo doméstico, mas restos de concreto.
A legislação impede que resíduos de construção e lixo doméstico fiquem amontoados na mesma área.
Investigação
O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar projeto de construção de condomínio em terreno do vice-governador de SP, Guilherme Afif Domingos (PSD), no litoral norte do Estado.
Segundo inofrmações do diário "O Estado de S. Paulo", a Promotoria apura se houve improbidade na obtenção de licença ambiental (barrada por técnicos, mas depois liberada).
Fonte: Folha