Advogados criticam acusações de procurador-geral da República

Advogados dos réus da Ação Penal 470 criticaram na sexta-feira (3) as acusações feitas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Gurgel deu destaque à atuação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, considerando-o como "mentor" da ação.

Segundo o defensor de José Dirceu, José Luís de Oliveira Lima, o Ministério Público “fechou os olhos” para a Ação Penal 470. “[Gurgel] desprezou os mais de 500 depoimentos do inquérito. Não há nenhuma menção que o incrimine. Ele fala que a prova são exatamente as testemunhas da ação penal. Só que não apresentou nenhum testemunho, porque não há de fato nenhuma prova”.

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Para Luiz Fernando Pacheco, defensor do ex-presidente do PT, José Genoíno, Gurgel se fixou apenas nos indícios produzidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, de 2005, e na fase judicial do processo. Segundo Pacheco, a argumentação de Gurgel pode fortalecer a defesa do cliente dele. “Não há qualquer prova da efetiva participação de José Genoíno no esquema de corrupção ativa”.

O advogado do ex-deputado federal Paulo Rocha, João dos Santos Gomes Filho, acredita que a acusação do procurador-geral teve cunho político. “[Esse] jogo aqui não vale, o que vale é a questão jurídica, técnica. Ele ficou duas horas falando de Genoíno e de Dirceu. É muito holofote em cima de uma ação penal só e isso torna medíocre o debate técnico porque não está dentro do processo”.

De acordo com Luiz Fernando Corrêa Barbosa, defensor do ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, Gurgel fez denúncias vazias. Ele acredita ainda que o final do julgamento vai resultar em um “festival de absolvições”.

Na próxima segunda-feira (6), está previsto o início das sustentações das defesas dos réus. De acordo com o cronograma, cada advogado terá uma hora para expor seus argumentos. Serão cinco exposições por dia.

Com Agência Brasil