Parlatino: adesão ao Mercosul impulsiona economia da Venezuela

O ingresso da Venezuela no Mercosul representa um episódio histórico que permitirá ao país realizar uma verdadeira revolução produtiva em áreas estratégicas como a industrialização, afirmou nesta terça-feira (31) o presidente do capítulo Venezuela do Parlamento Latino-americano, Rodrigo Cabezas.

"A decisão de hoje é histórica. Para a economia venezuelana, representa nova etapa, nada será como antes, e, para a América Latina, significa a derrota definitiva do neoliberalismo a partir do aprofundamento da integração continental", assegurou o parlamentar à imprensa.

A adesão ao bloco regional é um desafio, pois vai permitir ampliarmos nosso mercado nacional de 29 milhões para 300 milhões de pessoas – e o tamanho de nossa economia. Isto, enfatizou, converte o Mercosul em um dos epicentros econômicos mais importantes do planeta Terra.

O parlamentar adiantou que nos próximos anos a Venezuela deverá aproveitar a oportunidade para resolver discórdias em torno do petróleo, a partir da construção de uma economia que tenha uma base industrial capaz de exportar de maneira competitiva em relação a qualidade e preço.

Acrescentou que, na sua opinião, é necessário que “o setor industrial na Venezuela tenha maior fatia no Produto Interno Bruto, passando dos atuais 14% até os 20% e que esta escalada seja fortemente alavancada por exportações".

Mencionou como um desafio dar um salto nos campos da ciência e tecnologia, e na formação acadêmica “para melhorar nossa produtividade e competitividade, a fim de poder instalar uma plataforma para exportações nos setores agrícola, agroindustrial, manufatureiro e fortalecer as estruturas atuais na prestação de serviços e nas telecomunicações”.

Rebateu as críticas de alguns setores da direita venezuelana, que estigmatizam a adesão ao Mercosul, alegando que representará uma “deterioração” da produção nacional, porque a nação carece de condições satisfatórias para fazer esse processo de integração.

A resposta para esses opositores – afirmou o parlamentar – é que passem a ver com outros olhos a América Latina, continente que desenvolveu nos últimos anos a vocação para a fusão de ideais políticos e econômicos.

"A Venezuela não pode dar as costas à integração latino-americana em função de interesses particulares da burguesia nacional", afirmou, garantindo que esta postura é fruto da revolução bolivariana sob a liderança do presidente Hugo Chávez.

O presidente da Comissão Permanente de Política Exterior da Assembleia Nacional, Luis Acuña, concordou com Cabezas, assegurando que o Parlamento irá trabalhar com empenho para alinhar as normas nacionais com as do Mercosul, consolidando uma complementariedade de esforços e objetivos.

Prensa Latina