Cresce reprovação de alunos no ensino médio

O número de alunos do ensino médio da rede pública de ensino do Distrito Federal reprovados no ano passado aumentou 10% em relação ao ano de 2010.

Segundo dados da Secretaria de Educação, 18.031 estudantes, ou 22% de um total de 78.757 matriculados no ensino médio, não foram aprovados em 2011. Ou seja, um em cada cinco alunos repetiu de ano. Em 2010, foram 16.347 jovens reprovados de 79.280 matriculados.

Já no ensino fundamental, o número de alunos reprovados subiu menos, 5% entre 2010 e o ano passado. Foram 40.994 alunos reprovados de 301.668 matriculados, um percentual de 13% de reprovados, bem menor do que o registrado no ensimo médio. No ano anterior, foram 39.031 estudantes de um total de 304.528 matriculados que não passaram de ano.

Falta interesse

A Secretaria de Educação atribui o elevado número de reprovações à crescente falta de interesse dos alunos pela escola. Para solucionar o problema, prepara em conjunto com os professores uma reforma da grade curricular. "O nosso principal objetivo é reformular a parte metodológica e com isso tornar a escola um lugar mais atraente para os alunos. Isso inclui professores mais preparados para ministrar as aulas, além de disciplinas mais interessantes na grade curricular", explica a subsecretária de Educação Básica, Sandra Zita Silva Tiné.

A ideia é que a nova grade já possa entrar em vigor no próximo ano letivo. Estimativas da própria secretaria, contudo, apontam que a maior parte das reprovações ocorrem em matemática, português, física e química, disciplinas básicas que não serão removidas da grade.

Para conter o número de reprovações, a Secretaria de Educação também estuda formas de aumentar a participação da família nas atividades escolares, de maneira que os pais possam acompanhar mais de perto o desempenho dos estudantes.

Mas para Jason Prado, criador e diretor-executivo da ONG Leia Brasil, o poder público investe muito na construção de escolas, mas esquece do básico, que é a formação, o plano de carreira e a remuneração dos professores. "Eles continuam entrando em salas de aula sem qualquer preparo. Continuam recebendo o mesmo desincentivo e sonhando com um emprego melhor, que lhes permita matricular seus filhos nas escolas particulares", afirma.