Greve: servidores vão às ruas e deputados em reunião com ministra

Servidores públicos federais em greve saíram às ruas em diversas cidades, nesta terça-feira (31), Dia Nacional de Luta, como Brasília (DF), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). A data foi convocada pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Conlutas e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na manhã de quarta (1º), uma comissão de deputados comunistas será recebida pela ministra Miriam Belchior, do Planejamento, para intercederem na negociação.

"A ideia é que de fato possamos ajudar a distencionar as relações entre as categorias de servidores com o governo federal, ajudando a buscar uma saída mediada para que acelere a busca por uma solução, que não prejudique os trabalhadores e o ano letivo nas instituições federais", declarou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), ao Vermelho.

Segundo a deputada, a ideia é priorizar os professores, cuja negociação já está em andamento, e "abrir as mesas de negociações das outras categorias". "Espero que a reunião possa abrir portas nesse sentido, incentivando o diálogo entre as partes e incluindo os demais servidores, que exercem funções tão importantes nas instituições federais quanto os docentes", completou Alice Portugal, que lembrou que participarão membros de duas comissões especiais da Câmara, de Educação e de Trabalho.

Além dela, também estarão presentes outros parlamentares comunistas como Assis Melo, Daniel Almeida, além do deputado pelo PSB Vicente Selistre, vice-presidente da CTB Nacional. A reunião está marcada para às 9h, no ministério.

Luta

Os trabalhadores se mobilizaram no Dia Nacional de Luta, convocado durante o acampamento na Esplanada, entre 16 e 20 de julho.

"Essa mobilização demonstra a unidade dos trabalhadores, que lutam por seus direitos. O país está crescendo, se desenvolvendo, e para se manter é preciso que o Estado seja forte e desenvolvimentista e para isso precisa valorizar o trabalhador", destacou João Paulo Ribeiro, o JP, secretário nacional de Serviços Públicos e do Trabalhador Público da CTB e coordenador de Organização Sindical da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra Sindical).

No período da tarde, outras manifestações estão previstas, como em São Paulo, na Avenida Paulista. 

Professores

A maioria dos professores reunidos em assembleias rejeitou a segunda proposta de reajuste e reestruturação de carreiras, apresentada pelo governo na terça-feira (24). Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), até as 11h30 desta terça-feira (31), 48 de 57 instituições de ensino superior haviam votado pela continuidade do movimento.

Na quarta-feira (1°), os professores se reúnem às 21h com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, para dar uma resposta oficial à proposta da União. O governo federal ofereceu reajuste de 25% a 40%, a ser aplicado em três anos, ao salário dos docentes, em lugar dos aumentos a partir de 12% inicialmente sugeridos. No entanto, a maioria dos docentes questiona o reajuste e a ausência da principal reivindicação de progressão de carreira, gratificações e avaliação de desempenho.

Na segunda-feira (30), os trabalhadores anunciaram a intenção de endurecer a greve, pelo fato de o governo federal ter suspendido as negociações, que serão retomadas somente a partir do dia 13 de agosto. No entanto, este dia 31 de julho havia sido fixado como prazo final para o Ministério do Planejamento apresentar uma proposta às categorias paralisadas.

Mas, há uma parcela de professores, representados pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), que deve aceitar a proposta do governo. A base ainda também está em processo de votação. Em vídeo, o professor Eduardo Rolim de Oliveria, presidente da Proifes, explica o processo de negociação e o posicionamento da entidade.

Deborah Moreira,
Da Redação do Vermelho