Tunísia condena Ben Ali por mortes durante primavera árabe

O deposto presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali foi condenado à revelia à prisão perpétua por cumplicidade na morte de 43 manifestantes durante a rebelião popular que o tirou do poder, informou nesta quinta-feira o juiz Hedi Ayari, do tribunal militar da Tunísia.

Ben Ali era julgado junto a dezenas de dirigentes de seu regime, incluindo o general Ali Seriati, ex-chefe de segurança do presidente, que recebeu, por sua parte, uma condenação de 20 anos de prisão, assim como dois ex-ministros do Interior, Rafik Belhaj Kacem, condenado a 15 anos, e Ahmed Friaa, absolvido.

As famílias das vítimas reagiram com revolta ante o veredicto, que consideram muito clemente em relação a Seriati e Kacem, e denunciaram a absolvição de Friaa. Eles foram julgados por seu papel na morte de 43 manifestantes e nos ferimentos de outros 97 na capital Túnis e em outras cidades do país, como Bizerte e Nabeul.

No total, mais de 300 pessoas morreram no levante popular iniciado em 17 de dezembro de 2010 e que terminou em 14 de janeiro de 2011 com a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita.

Fonte: AFP