Nigeriana acusa pastor de  violência sexual dentro de embaixada

A Polícia Civil de Brasília investiga a denúncia da nigeriana Nkiruka Paciota Ownegbuna, 32 anos, que disse ter sido espancada e violentada pelo pastor nigeriano Marcos Abiazie, na residência oficial do embaixador da Nigéria no Brasil. No final da manhã desta terça-feira (17), o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, disse que Abiazie não tem imunidade diplomática e pode ser submetido à ação policial como qualquer outro estrangeiro que more em território brasileiro.

O pastor nigeriano é suspeito de ter espancado e estuprado uma mulher, também nigeriana, na residência oficial do embaixador da Nigéria, localizada no Lago Sul, bairro nobre da capital federal.

As agressões vinham ocorrendo desde junho, segundo a nigeriana. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, e a Embaixada da Nigéria foram comunicados sobre a denúncia. Nkiruka foi acolhida na casa do embaixador da Nigéria no Brasil, Goodluck Ebele Jonathan, há alguns meses com a filha. Segundo ela, foi a convite da mulher dele. De acordo com seu relato à Polícia Civil, o pastor que a agrediu também mora na residência do embaixador com a mulher e filhos.

A nigeriana prestou queixa na 10ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal no sábado (14) e apresentava sinais de espancamento no rosto. De acordo com o delegado Willei Salomão, a vítima contou ter sido forçada a ter relações sexuais com o pastor nigeriano por duas ocasiões, em junho. O laudo da perícia médica sobre a denúncia de estupro, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML), deve ser concluído até amanhã (18).

O delegado disse que, inicialmente, o pastor pode ser denunciado por lesão corporal. A pena para esse tipo de crime varia de três meses a um ano de detenção.
Em abril deste ano, um diplomata iraniano, de 51 anos, foi acusado de ter assediado sexualmente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos em uma piscina de um clube, no bairro da Asa Sul, área nobre da cidade. As autoridades iranianas demitiram o diplomata do serviço público daquele país.

Segundo a Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil. Mas pode sofrer punições se o país de origem retirar a imunidade diplomática ou se ele for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso. Mas o diplomata também pode ser processado em seu país de origem.

Fonte: Agência Brasil