Eleições nos EUA: oito milhões de votos perdidos

Os ativistas democratas estão preocupados com a suposta perda de cerca de oito milhões de eleitores. Este é o número aproximado de residentes permanentes que teriam condições de solicitar a cidadania estadunidense, mas não fizeram isto a tempo para votar nas eleições presidenciais de novembro.

Vale lembrar que grupos defensores dos direitos dos imigrantes fizeram campanhas ostensivas para conscientizar estes residentes permanentes a solicitar a cidadania e, desta forma, participar ativamente dos destinos da pátria em que escolheram para viver.

Juan José Gutierrez, presidente da Coalizão Vamos Unidos USA, criticou as pessoas que deixaram de se tornar cidadãos americanos porque, na opinião dele, elas são causadoras de dano para toda a comunidade imigrante, uma vez que também são imigrantes e muitos deles sofreram bastante antes de conseguir se tornar residentes permanentes e conseguir o almejado green card.

Além do mais, ele salienta que o fato de ser residente permanente ainda coloca o imigrante numa situação mais frágil, ou seja, é passível de deportação a qualquer momento se cometer algum delito que as autoridades de imigração e cidadania dos Estados Unidos julgarem incompatível para a permanência no país, casos como ser flagrado com drogas ilegais, pequenos furtos, fraudes e até mesmo problemas no tráfego. No caso dos cidadãos, as pessoas respondem criminalmente, mas dificilmente têm a cidadania revogada, a não ser em casos extremos como a da sexy espiã russa Anna Chapman, expulsa do país por alta espionagem.

Gutierrez destacou que os 8,2 milhões de residentes permanentes elegíveis formam uma força política importante para pressionar em vários temas nacionais nos Estados Unidos, sobretudo para a aprovação de uma reforma imigratória justa e integral, que atualmente desponta como o principal assunto para os mais de 11 milhões de imigrantes que se encontram numa situação desconfortável, vivendo como cidadãos de segunda classe no país e temerosos de serem capturados pelas autoridades e deportados para seus países.

Quase 50% do total de 8,2 milhões de residentes permanentes que podem tornar-se cidadãos são latino-americanos. Muitos deles não processaram a cidadania simplesmente por não terem disponível o dinheiro cobrado pelo Departamento de Imigração e Cidadania dos EUA pelas taxas cobradas.

Aliás, a crise econômica estadunidense está atingindo em cheio as minorias do país. Negros e latinos estão na parte de baixo da escala social e consequentemente integram percentualmente a maior fatia do contingente de desempregados, que teimosamente fica girando em torno de 8%. Este índice, por sinal, é um dos grandes empecilhos à reeleição do presidente Barack Obama.

Fonte: Opera Mundi