Moradores de rua agora têm Atendimento Cidadão

Moradores de rua que vivem em três localidades do Distrito Federal (DF) podem desde esta segunda-feira, dia 9, ter acesso a serviços como a emissão de documentos perdidos, o reconhecimento da paternidade ou mesmo a localização de parentes em suas cidades de origem.

O atendimento jurídico itinerante é gratuito e exclusivo para essa população.

De acordo com o diretor-geral da Defensoria Pública do DF, Jairo Lourenço de Almeida, a ideia é cadastrar os moradores de rua e informá-los sobre seus próprios direitos. A abordagem, segundo ele, é multidisciplinar, já que o veículo responsável por oferecer os serviços transporta também assistentes sociais e psicólogos.

"Muitas vezes, as pessoas vivem em situação de desconforto porque sequer têm conhecimento dos seus próprios direitos", disse. "A gente não tem como resolver o problema do outro sem conversar com ele. Muitas pessoas deixam de acessar políticas públicas e programas sociais porque não têm documento", completou.

Mais cidadania

Para a coordenadora do Movimento População em Situação de Rua, Antônia Cardoso, uma pessoa que perde seus documentos se torna invisível para a sociedade e para o Estado. "Ela fica invisível para a saúde, a educação, a habitação. Ela não existe", explicou. Antônia lembrou ainda que no caso dos moradores de rua, ter acesso a esse tipo de serviço nas delegacias é ainda mais difícil, já que é preciso apresentar um comprovante de residência.

Estudo feito pela Fundação de Amparo à Pesquisa, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), traçou o perfil dos moradores de rua no DF. Das 2,5 mil pessoas apontadas pelo levantamento, 319 são crianças, 221 são adolescentes e 1.971 são adultos. Do total, 90% deles exercem alguma função, ainda que informalmente – cerca de 20% são flanelinhas ou vigias de carro, 19% são catadores e apenas 10% pedem esmolas.