Irã convida Jordânia e Palestina a reunião de cúpula

A Jordânia assistirá com uma delegação de alto nível à 16ª reunião de cúpula do Movimento Não Alinhado (MNA), confirmou nesta segunda-feira (9) uma autoridade do Irã, depois de convidar também o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

O vice-chanceler iraniano para Assuntos Árabes e Africanos, Hossein Amir-Abdollahian, divulgou a informação depois de se reunir em Amã com o premiê jordaniano, Fayez Tarawneh, a quem entregou um convite do presidente Mahmoud Ahmadinejad para o rei Abdulah II.

Tarawneh destacou o interesse do reino hachemita em forjar sólidas relações com a República Islâmica em "numerosas áreas de cooperação", e sobre a reunião do domingo com Amir-Abdollahian, também assegurou que seu país estará no encontro de Teerã.

Ainda que tenha negado confirmar se o próprio monarca hachemita, que atualmente está em Paris, encabeçará a delegação, o premiê garantiu ao vice-chanceler iraniano que a Jordânia estará representada com uma comitiva de alto nível.

Como parte do processo de convite oficial a chefes de Estado e de Governo para a cúpula do MNA entre 26 e 31 de agosto, Amir-Abdollahian também entregou nesta capital uma carta de Ahmadinejad ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Fontes da embaixada iraniana em Amã afirmaram que pouco depois de seu encontro com Tarawneh, o vice-ministro se reuniu com Abbas, com quem aproveitou para trocar critérios sobre a situação nos territórios palestinos e no resto do Oriente Médio.

Irã receberá no próximo mês, das mãos do Egito, a presidência do fórum de cerca de 120 países do Terceiro Mundo e 17 observadores, daí que entre os mandatários convidados esteja o recém-eleito presidente egípcio Mohamed Morsy, atual chefe do Movimento Não Alinhado.

A agência oficial de notícias iraniana Irna informou que Ahmadinejad teve na quarta-feira a primeira conversa telefônica com o presidente egípcio para felicitar por sua entrada ao cargo, e lhe transmitiu o convite para assistir à reunião de cúpula.

Além do fato de entregar a liderança do fórum para os próximos três anos, a presença do Egito suscita especial interesse devido a que o Cairo e Teerã não mantêm relações diplomáticas desde 1979, pouco depois do triunfo da revolução islâmica.

A então nascente República Islâmica cortou os vínculos com o país árabe por considerá-lo traidor ao assinar o tratado de paz de Camp David com Israel e, além disso, oferecer asilo ao deposto Xá da Persa, Mohamed Reza Pahlavi.

Depois do assassinato de Anwar Al-Sadat, em outubro de 1981, a ruptura fez-se ainda mais severa devido à decisão dos iranianos de pôr a uma rua de Teerã o nome do ativista islâmico que disparou contra o presidente durante um desfile militar.

Prensa Latina