Chega à Justiça denuncia contra ex-governador Arruda

Após quase três anos de investigações, o Ministério Público Federal finalmente apresentou denúncia na Justiça contra 37 pessoas acusadas de envolvimento no esquema de corrupção no Distrito Federal, desmontado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, em 2009.

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que confirmou a apresentação da denúncia ao Superior Tribunal de Justiça na sexta-feira, entre os denunciados pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro estão o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octávio, o delator do esquema, Durval Barbosa, além de vários ex-deputados distritais, entre eles Leonardo Prudente e Júnior Brunelli.

Na denúncia de 180 páginas, Gurgel diz que empresas, em especial da área de informática, pagavam propina para integrantes do primeiro escalão do Governo do Distrito Federal e para aliados em troca da obtenção e manutenção de contratos superfaturados com o Executivo local durante a gestão de Arruda, apontado como o chefe do esquema.

O advogado de Arruda, Nélio Machado, sustenta que as investigações feitas pela Procuradoria Geral da República após a conclusão do inquérito da PF, em agosto de 2010, são ilegais. No relatório final, a PF havia indiciado 13 pessoas e apontado o envolvimento de sete empresas. "Ficou claro que houve uma fricção entre o MP e a PF nas conclusões. Não estão afinados na mesma nota musical", disse Machado.