Grécia: governo quer mais dois anos para reequilibrar as contas

O novo governo grego de coligação vai pedir à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu  – BCE, e Fundo Monetário Internacional – FMI) mais dois anos, até o final de 2016, para alcançar as metas previstas de reequilíbrio das contas públicas, atendendo assim à enorme pressão pública no sentido de um certo desafogo das condições impostas pelos credores internacionais.

Antonis Samaras

O prolongamento do prazo das condições do empréstimo internacional e um alargamento dos prazos dos subsídios de desemprego são elementos centrais de um novo documento de política do Governo, segundo um funcionário do pequeno partido da Esquerda Democrática (Dimar) que assistiu às negociações entre o Pasok (Partido Socialista) e a Nova Democracia (o partido de centro-direita).

Esta pretensão é uma maneira do novo governo prevenir-se ante uma previsível pressão da coligação de esquerda Syriza (que ficou em segundo nas eleições legislativas) pela suavização dos termos do Memorando de Entendimento subjacente aos empréstimos que a Grécia recebeu da troika, com o qual o Syriza pretendia romper para renegociar a partir do zero. Mas, caso seja atendida, pode implicar a necessidade de um terceiro empréstimo internacional.

Um antigo assessor do primeiro-ministro grego não eleito Lucas Papademos disse que não deverá ser difícil conseguir um adiamento, e estimou entre 16 mil a 20 bilhões de euros o montante adicional de que a Grécia necessitará obter dos seus parceiros. O principal argumento do novo Governo grego para rever o Memorando de Entendimento será o estado de confusão política que o país viveu nos dois últimos meses.