Curta Jardim Beleléu faz homenagem a Itamar Assumpção

Filmado na Cidade Tiradentes em 2009, com apoio e participação da comunidade, especialmente da Escola de Samba Príncipe Negro, o curta Jardim Beleléu — com José Wilker, Flavio Bauraqui, Thalma de Freitas, Laércio de Freitas, Adyel Silva, Misty e Nábia Vilela — faz uma homenagem ao músico e compositor Itamar Assunpção.

Sinopse

Itamar, trabalhador da indústria metalúrgica, sua todo dia para sustentar Roseli, sua esposa, e suas duas filhas. Um dia, voltando do trabalho, após receber seu salário, é assaltado no ônibus, perdendo todo o seu dinheiro. No dia seguinte, após ser humilhado pelo sogro por pedir-lhe dinheiro emprestado, resolve vender um revólver que conservava para sua proteção. No trajeto, avista Corisco Sputinik, o assaltante que havia lhe levado o salário que sustentaria a família. Furioso, resolve matar o assaltante, mas é surpreendido pela visa.

Jardim Beleléu é uma adaptação livre e autorizada, do pequeno conto Não Era Uma Vez, do escritor Cuti (pseudônimo de Luis Silva), que nunca teve quaisquer de seus escritos adaptados para o cinema. A escolha desse conto entre as obras de Cuti foi pela atualidade de seu enredo. O conto nos induz a “vivenciar na pele“ os conflitos de seus personagens.

O diretor Ari Cândido Fernandes é paranaense de Londrina e cursou cinema na Universidade de Brasília. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, Martinho da Vila (Paris1977), capta a passagem do sambista carioca pela caital francesa. Em 1978 foi para a África documentar o conflito entre eritreus e etíopes, um dos últimos capítulos da história de independência dos países africanos. Realiza Por que eriteia?, filmado em plena guerrilha, testemunho da luta pela independência do país.

Ari Cândido também atuou como fotógrafo para diversas agências de notícias européias. No Brasil realizou mais três filmes: O rito de Ismael Ivo (2003), retrato biográfico do bailarino negro; O Moleque (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e Pacaembu Terras Alagadas (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Cândido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do "Dogma Feijoada" – movimento cinematográfico disposto a questionar os estereótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.

Fonte: Overmundo