Conservadores vencem na Grécia; comunistas reafirmam luta

Em comunicado emitido na noite deste domingo (17), o Partido Comunista Grego (PCG) confirma os resultados das eleições legislativas realizadas no mesmo dia.

O Partido Comunista da Grécia (PCG) alcançou 4,5% dos votos, o Nova Democracia (ND, partido liberal) 29,6%, Syriza (“aliança de forças oportunistas e forças dissidentes do Pasok”) 26,9%, o Pasok (social-democratas) 12,3%, os Gregos Independentes 7,55%, Golden Dawn ( Aurora Dourada, partido nacionalista, racista) 6,9%, a Esquerda Democrática (dissidentes do Syriza que se juntaram a algumas forças dissidentes do Pasok) 6,3%, o Laos (partido nacionalista, mais antiga dissidência da Nova Democracia) 1,6%.

O comunicado do Gabinete de imprensa do PCG assinala que com base nesses resultados o partido elege 12 deputados.

Para os comunistas gregos,  "o resultado das eleições é negativo para o povo, que tem sofrido muito com a crise econômica e as medidas que se seguiram, os memorandos, o contrato de empréstimo, as leis de aplicação”. A nota destaca que o povo terá de enfrentar graves problemas e “qualquer governo que se forme não vai satisfazer as suas expectativas”.

A avaliação do PCG sobre o caráter negativo do resultado das eleições se baseia nos seguintes elementos: Primeiro, no aumento da Nova Democracia, que é um conhecido partido antipopular e contrário aos trabalhadores. “E o governo que será formado, aparentemente com a Nova Democracia como seu núcleo, não vai resolver nenhum dos problemas do povo, pelo contrário, complicará ainda mais os problemas”, assinala.

O segundo aspecto negativo do resultado eleitoral, de acordo com o comunicado do PCG, é o crescimento do Syriza em comparação com o aumento significativo que teve nas eleições de maio. Desta vez Syriza recebeu um grande número de votos e seu percentual subiu, “mas depois de ter enfraquecido, em grande medida, os seus slogans sobre o memorando, o contrato de empréstimo, as leis de aplicação, com a posição de que sua política como governo estaria dentro do âmbito do ‘UE one-way street’ " (A União Europeia como único caminho).

Os comunistas assinalam que o Syriza deu muitas garantias à classe dominante e as potências estrangeiras de que a Grécia permaneceria no euro a todo custo. “Nesse sentido, acreditamos que o apoio ao Syriza é um elemento negativo, dado que ele mudou suas posições”, destaca o comunicado do PCG, que já considerava antes que o Syriza “não iria implementar as posições que haviam defendido já nas eleições de 6 de maio”.

O terceiro elemento negativo apontado no comunicado são “as perdas, sem dúvida grandes, do PCG, que serão de maior importância para a disponibilidade das pessoas para intervir, tendo em conta a intensificação dos problemas acarretados pela crise na Grécia e, sobretudo, devido ao aprofundamento da crise na Zona do Euro”.

Na nota, os comunistas lembram que já em 7 de maio, no dia seguinte às primeiras eleições legislativas “nossa posição era de que estas seriam as eleições mais difíceis e mais complexos dos últimos 40 anos para o Partido Comunista Grego”. “Sabíamos que o partido teria que enfrentar obstáculos imensos em comparação com os que enfrentamos até a eleição de 6 de maio” – prossegue a nota -.

O PCG chama a atenção para “os dilemas do novo sistema bipolar entre a Nova Democracia e o Syriza”. E indica que ambos lutavam, cada um em seu próprio caminho pelo resultado eleitoral, um por meio de intimidações e o outro, de ilusões”.

O quarto elemento negativo dos resultados eleitorais, segundo o PCG, são os votos e o percentual do "Golden Dawn" (Aurora Dourada), apesar do fato de que após 6 de maio houve muito mais evidências quanto à sua natureza fascista e brutal.

O comunicado termina afirmando que “o Partido Comunista Grego permanecerá de pé, apesar da redução de suas cadeiras no Parlamento, continuará a sua intensa atividade no movimento e irá apoiar e reforçar a luta e a esperança”.

O PCG renova seus compromissos com a luta do povo, destacando que estará “na linha da frente em cada luta, vamos apoiar todas as iniciativas militantes sobre os graves problemas que estão em andamento, e vamos preparar, na medida em que dependa de nós, o povo, para que possa lidar com as novas tormentas que estão a caminho”.

Da redação do Vermelho, com informações da página do PCG (inter.kke.gr)