Em mensagem, Lula firma compromisso com causas da Rio +20

Sem poder comparecer neste sábado (16) na abertura da Arena Socioambiental no Aterro do Flamengo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem onde se comprometeu com as causas da Rio +20 (conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável) que vai até o dia 22 de junho no Rio.

Na mensagem lida pela ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Lula falou sobre a crise "que se arrasta desde 2008 e que está fazendo um estrago no mundo" e dos planos de inclusão social do seu governo "e da presidenta Dilma Rousseff", e afirmou que a conferência se encerre com "novas luzes para a criação de um planeta sustentável".

O ex-presidente cumpre repouso médico após a retirada na última quinta-feira do cateter que servia para administração dos medicamentos contra o câncer na laringe. Segundo boletim médico divulgado, não há mais evidências do tumor e o ex-presidente agora deve realizar exames periódicos para acompanhar a evolução da sua saúde.

Entre as causas da Rio +20, estão ações para o desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente e igualdade econômica e social. Lula afirmou que os temas são desafios dos nossos tempos para um futuro dos filhos e que a preservação da biodiversidade e o reconhecimento ao acesso para todos dos recursos naturais é um direito de todos.

O ex-presidente disse que para conquistar as mudanças é preciso vontade política. "A maior carência no mundo hoje é de vontade política dos nossos governantes. E graças a vontade política de dezenas, já contamos o rumo do desenvolvimento na África, na Ásia e na América Latina, onde centenas de pessoas começam a ter uma vida melhor", disse, na mensagem.

Lula afirmou que no Brasil há muitas pessoas –políticos, pesquisadores, organizações e representantes da sociedade– em busca do desenvolvimento sustentável e citou as ações dos governos dele e da presidente Dilma. "No meu governo e da presidenta Dilma Rousseff, 28 milhões de pessoas saíram da pobreza e 40 milhões entraram na classe média", disse.

"Ao mesmo tempo que se faz esse esforço de inclusão social e desenvolvimento econômico, o país também assume sua responsabilidade perante a redução de emissões de CO2. Fixamos uma meta de reduzir em quase 40% as emissões até 2020, de acordo com o documento que apresentamos em Copenhague e estamos fazendo isso", afirmou Lula na mensagem lida.

Sobre a crise econômica e financeira mundial, o ex-presidente afirmou que ela se arrasta desde 2008 e está fazendo um grande estrago, "levando uma grande parte da população mundial para um nível de pobreza que o mundo desenvolvido já havia se esquecido de como é".

Para Lula, essa é uma situação dramática e tem um algo revelador, de que a crise atual expõe ao mundo a enorme concentração de renda na mão de poucos países e poucas pessoas, por uma ordem que poucos consomem os recursos naturais e muitos pagam a conta.

"Essa é a era do consumo, mas este estereótipo expõe uma realidade dura: não são todos os que consomem. Dez por cento da população no mundo detém 57% da renda global. É essa parte que é responsável pela metade das emissões no mundo", disse, na mensagem. Após a leitura da ministra Tereza, os participantes aplaudiram.

Fonte: Folha.com