Brasil presidirá Rio+20 com papel de gerar definições

O Brasil assume nesta sexta-feira (15) a presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A expectativa é de que, enquanto estiver a frente do encontro, os negociadores brasileiros apresentem sugestões insistindo nas definições de metas, recursos e transferência de tecnologias limpas dos países ricos para os em desenvolvimento. Diantes dos impasses, estima-se que é grande o desafio dos negociadores brasileiros.

O momento exato em que o Brasil assumirá o comando da Rio+20 não é preciso porque depende do encerramento oficial das reuniões dos comitês preparatórios. É possível que o Brasil assuma a presidência na noite de hoje ou na madrugada de amanhã (16).

O secretário executivo da delegação brasileira na Rio+20, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, negou, ontem (14), que o Brasil apresentará um texto paralelo ao negociado ao longo da conferência. Segundo ele, os esforços brasileiros são para buscar o consenso, mesmo diante das divergências.

Com a presidência do Brasil na Rio+20, as negociações se manterão com os embaixadores André Corrêa do Lago, chefe da delegação brasileira, e o embaixador Figueiredo, sob a coordenação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Quando começar a terceira e última parte do encontro mundial, quando haverá as discussões entre as lideranças mundiais, a presidenta Dilma Rousseff assumirá o comando nas reuniões plenárias, que será entre 20 e 22. Tudo indica que será um grande desafio, tendo em vista que até o momento os negociadores não ampliaram o consenso e, inclusive, há indícios de que deverão pedir mais prazo para fechar o documento base que será discutido entre os líderes.

As dificuldades envolvendo as negociações cercam interesses políticos e econômicos divergentes, pois as prioridades dos países desenvolvidos diferem das apresentadas pelos países em desenvolvimento.

Desafios

Os desafios do Brasil são incluir, de forma detalhada, as questões relativas às definições de metas como compromissos formais dos 193 países que integram as Nações Unidas no que se refere ao desenvolvimento sustentável, garantias de recursos para a execução das propostas e meios de assegurar transferência de tecnologias limpas.

Os negociadores dos países ricos argumentam que não é possível estimar aumento de recursos no momento em que há o agravamento da crise econômica internacional, interferindo diretamente na definição de metas, assim como resistem em aceitar a proposta de transferência de tecnologias limpas – que envolvem negociações sobre patentes.

Com Agência Brasil