Argentina reafirma luta pela recuperação das Malvinas

Os governos argentino e britânico lançaram nova ofensiva para reclamar a posse das Ilhas Malvinas – trigésimo aniversario do fim da guerra entre os dois países pela posse do arquipélago no Atlântico Sul.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, disse que não haverá negociação com a Argentina a respeito da soberania das Ilhas Malvinas.

Nesta semana, a guerra em torno das Malvinas completou 30 anos. A Grã-Bretanha saiu vencedora no conflito, mas a Argentina reivindica a soberania do território usurpado pelos colonialistas britânicos.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, num ato de provocação, içou a bandeira das ilhas na residência oficial britânica, em Londres, junto com a bandeira do Reino Unido, para reafirmar que o arquipélago continua sendo território ultramarino do Reino Unido.

A presidenta argentina, Cristina Kirchner, publicou uma carta em alguns dos principais jornais britânicos dizendo que a presença britânica nas Malvinas representa um “caso colonial anacrônico” e pedindo ao governo de Cameron que acate as resoluções das Nações Unidas e aceite negociar com os argentinos uma solução para a disputa das ilhas.

Além da carta, Cristina Kirchner se encontrou nesta quinta-feira (14) com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, para pedir sua intermediação nas negociações. A presidenta fez também um pronunciamento perante o Comitê de Descolonização das Nações Unidas. Foi a primeira vez que um chefe de Estado discursa nesse comitê, criado em 1961 para promover a descolonização de territórios ainda sujeitos a acordos assinados durante o período colonial.

“Queremos dialogar. Não pedimos que [os britânicos] nos deem a razão, que nos digam que as Malvinas são argentinas. Só queremos que se sentem numa mesa para dialogar”, disse a presidenta. “Pode alguém, no mundo contemporâneo, se negar a dialogar?”

Os argentinos argumentam que, com a independência, herdaram as Malvinas da Espanha. Governavam as ilhas, que ficam a 150 quilômetros de suas costas, até serem expulsos pelos britânicos em 1833. Cristina Kirchner criticou a decisão de Cameron de içar a bandeira das Malvinas numa data trágica para ambos os países: centenas morreram dos dois lados e centenas se suicidaram após o fim do conflito.

Apesar de várias resoluções das Nações Unidas pedirem aos dois países uma solução negociada para a disputa, o Reino Unido tem se recusado a falar do assunto.

Com agências