EUA deslocarão força militar para o Pacífico; China reage

A China advertiu aos Estados Unidos que não é o momento de "perturbar" o mar da China meridional. A declaração veio em resposta ao anúncio norte-americano de que irá deslocar o grosso de sua força naval para o oceano Pacífico até 2020, como parte de sua nova estratégia na Ásia. 

"É recomendado a alguns que não venham perturbar estas águas", indicou a agência oficial chinesa em relação a este espaço marítimo reivindicado pela China e, em parte, por Vietnã, Filipinas, Taiwan, Brunei e Malásia.

"Em relação à tensão no Mar da China meridional, alguns pretendentes, animados ou não pela nova postura dos Estados Unidos, acenderam o fogo e avivam as chamas", afirmou a Nova China, que ressalta o verdadeiro desejo de Pequim de convertê-lo em um "Mar de Paz".

"O conceito muito supervalorizado de 'ameaça chinesa' à liberdade de navegação no Mar da China meridional é uma pura invenção", acrescentou a agência em um comunicado.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse neste sábado em Cingapura que os Estados Unidos irão mobilizar a maior parte de sua força naval em direção ao oceano Pacífico até 2020.

Segundo o secretário de Defesa, "até 2020 a Marinha passará dos atuais 50%-50% entre Pacífico e Atlântico para 60%-40% entre os dois oceanos". A reprogramação envolverá seis porta-aviões, a maior parte dos cruzadores, destróieres e submarinos. A Marinha dos Estados Unidos tem no total 285 navios.

Além do maior números de navios, o Pentágono planeja incrementar seus exercícios militares no oceano Pacífico. Panetta discursou em Cingapura para responsáveis de Defesa da região, com base no Diálogo de Segurança Shangri-La, organizado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, com sede em Londres.

Segundo Panetta, Washington está "prestando grande atenção à situação no recife de Scarborough, no Mar da China Meridional", onde Manila e Pequim têm uma disputa territorial.

Na quinta-feira, ele já havia afirmado: "O Exército chinês está crescendo e se modernizando. Devemos ficar vigilantes. Devemos ser fortes. Devemos estar prontos para qualquer desafio". Segundo o secretário, a "chave para esta região é desenvolver uma nova era de cooperação em matéria de defesa entre Estados Unidos e os países asiáticos".

Com agências