Em reunião da ONU, Brasil rechaça intervenção militar na Síria

O Brasil rechaçou nesta sexta-feira (1º) a possibilidade de intervenção militar na Síria na tentativa de conter a série de violências na região. A embaixadora do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Nazareth Farani Azevêdo, defendeu que as autoridades sírias solucionem o impasse internamente. O assunto foi tema de uma sessão extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a situação na Síria.

“Não há solução militar para a atual crise na Síria, e o governo sírio é o principal responsável por criar as condições necessárias para que o plano de seis pontos [negociado pelo emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan] possa prosperar”, disse a embaixadora na sessão extraordinária, em Genebra, na Suíça. “Estamos extremamente preocupados com os relatos que descrevem a atual situação na Síria como de pré-guerra civil”, completou.

Segundo a embaixadora Maria Nazareth Azevêdo, há um “senso de urgência” na Síria devido aos relatos de massacre, como o ocorrido em Houla, no dia 27, matando 108 pessoas, inclusive crianças. Ela defende que uma Comissão de Inquérito das Nações Unidas investigue as denúncias de violações de direitos humanos no país.

“(Condenamos) nos termos mais fortes possíveis os assassinatos, confirmados por observadores das Nações Unidas, de dezenas de homens, mulheres e crianças e ferimentos de centenas na aldeia de El-Houleh, perto de Homs”, ressaltou ela.

A embaixadora reiterou a necessidade de investigar as acusações de crimes de violação de direitos humanos e contra a humanidade na Síria. “Em conformidade com o nosso apoio a todas as resoluções anteriores sobre abusos de direitos humanos na Síria adotadas por este Conselho, pela Assembleia Geral da ONU e pela Unesco, o Brasil insta a Comissão de Inquérito a investigar as mortes e estabelecer responsabilidades por esses crimes”, disse a diplomata.

E pediu ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, que coopere com as ações em busca da implementação da paz na região. “É imperativo que o governo sírio coopere plenamente com a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria e ponha fim imediato ao movimento de tropas em direção às áreas urbanas”, disse.

A possibilidade de intervenção militar é defendida pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice. Ela diz que os esforços diplomáticos não têm sido suficientes para conter a violência na Síria. Para aprovar a proposta no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os Estados Unidos terão que superar resistências também da Rússia, que é contra a medida.

Fonte: Agência Brasil