1º de maio: marcha soberana contra a exploração capitalista

No dia internacional dos trabalhadores, manifestantes de todo o país vão se mobilizar contra a ganância financeira, levantando bandeiras como "menos juros, mais desenvolvimento, empregos e salários". A data foi oficialmente instituída em 1891, durante o Congresso da Segunda Internacional de Bruxelas.

Desde a 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 2010, o movimento dos trabalhadores aderiu ao 1º de maio unificado, dia de mobilizações e reivindicações em todo país sob a coordenação conjunta das cinco centrais sindicais. Foi o primeiro grande passo do movimento sindical brasileiro na direção de uma unidade cada vez mais firme e decidida para obter mais conquistas para a classe trabalhadora.

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Em 2012, o cenário delicado enfrentado por alguns setores da economia (principalmente a indústria) e a influência negativa da crise econômica mundial, torna essa unidade cada vez mais estratégica. “É nossa obrigação debater e trazer todo o movimento sindical para enfrentar essa situação, especialmente no que diz respeito à indústria nacional”, disse o presidente da CTB, Wagner Gomes.

Mas a comemoração do 1º de Maio vai além destes objetivos imediatos e necessários. É uma data para reafirmar os princípios classistas da luta por uma sociedade mais justa. “Nossas bandeiras históricas têm que ser levantadas neste dia tão importante para a classe trabalhadora”, defende João Batista Lemos, dirigente da CTB e vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM).

Entre as bandeiras imediatas da luta dos trabalhadores estão o combate à precarização do trabalho e a defesa de uma política macroeconômica mais ousada para favorecer o desenvolvimento do país, a criação empregos e a distribuição de renda, fortalecer a soberania nacional e a importância da defesa do meio ambiente.

É neste sentido que João Batista Lemos destaca também a necessidade de politizar as comemorações do 1º de Maio, colocando no centro delas o objetivo de longo prazo da luta dos trabalhadores: a superação do capitalismo e o início da transição para o socialismo. É uma luta difícil mas que avança, em especial na América Latina; os povos buscam seus modelos próprios para alcançar este objetivo, respeitando as particularidades e a história de cada país. Luta que tem um objetivo grandioso: lutar para derrotar o capitalismo e a exploração do homem pelo homem e iniciar uma nova etapa civilizatória para a humanidade, mais justa e igualitária.

História operária 

A comemoração do Dia Internacional do Trabalhador lembra e homenageia a história da luta da classe operária contra a exploração capitalista. Foi em Chicago (EUA) que a repressão sangrenta contra uma greve iniciada justamente nesse dia, em 1886, deixou um rastro de sangue e violência. E também de heroísmo proletário. Os trabalhadores exigiam melhores salários sob a bandeira principal da redução da jornada de trabalho da média de 13 horas diárias para 8 horas.

Data socialista

Muitos foram mortos e feridos pela polícia e pelos capangas das indústrias, que reprimiam a greve. Milhares foram presos, com as sedes de sindicatos incendiadas e destruídas pela repressão. Entre os líderes da greve (os “oito de Chicago”) cinco foram condenados à morte. August Spies, Albert Parsons, Georg Engel e Adolph Fisher foram enforcados. Louis Lingg, também condenado à morte, suicidou-se. A pena de Sam Fieldem e Michel Shwab foi a prisão perpétua e a de Oscar Neeb, quinze anos de prisão.

Cinco anos depois, em 1891, o Congresso da Segunda Internacional de Bruxelas aprovou o 1° de maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

No Brasil, é comemorado desde 1895, também na luta por melhores salários e pela jornada 8 horas diárias. Santos (SP) foi a cidade pioneira. Em 1925 a data virou feriado nacional.
É uma data classista, de festa que comemora os trabalhadores, e de luta por suas bandeiras e para expor ao mundo seu objetivo final, o fim da exploração capitalista.

Christiane Marcondes com texto da Classe Operária