Fronteiras e ameaças externas serão eixos da segurança da Copa

O Brasil inaugura uma nova fase na sua história no cenário internacional, ao sediar grandes eventos nos próximos anos. E mesmo tendo tradição em ações pacíficas e não estar envolvido em ações de conflitos com outros países, “faz-se necessária uma atenção dedicada aos desafios inerentes a uma grande nação”, avaliou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), na audiência pública, nesta terça-feira (24), para discutir as questões de segurança e defesa no país.

Fronteiras e ameaças externas serão eixos da segurança da Copa - Agência Câmara

Autoridades e especialistas do tema foram convidados pela Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional e as comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado, promotores do evento.

O assessor de Relações Institucionais para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, José Monteiro Neto, disse que a atividade de inteligência durante a Copa do Mundo de 2014 será feita a partir de três eixos: ameaças externas, como torcedores violentos de outros países; segurança de portos, aeroportos e pontos de fronteira; e estabilidade interna. Ele espera que os eventos fortaleçam a integração das forças de segurança do País.

Monteiro Neto disse também que a estrutura de segurança pública montada para os grandes eventos que ocorrerão no Brasil nesta década deve ser deixada como um legado para o País no futuro. “Não pensar nas estruturas de inteligência adquiridas é desperdiçar o dinheiro público”, afirmou.

Experiência e integração

Também no período da manhã, falou o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Carlos Alberto Ataíde Trindade. Para ele, a preocupação com segurança tecnológica, como possíveis ataques de hackers, é um dos principais temas para ser trabalhado durante a Conferência Rio+20. “Teremos uma conferência no Brasil de proporções gigantescas e com grandes inovações tecnológicas”, disse.

Segundo Trindade, as ações de inteligência serão feitas a partir do padrão implementado nos Jogos Panamericanos que ocorreram no Rio de Janeiro em 2007. À época, foi usado um centro de inteligência no Rio de Janeiro.

O representante do Ministério da Defesa, major-brigadeiro do ar Gerson Nogueira, disse que as ações de segurança e inteligência adotadas durante a Conferência Rio+20 serão um legado para os grandes eventos seguintes, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“Está acontecendo integração como não houve antes entre Forças Armadas, Estado e Prefeitura do Rio”, disse. Ele lembrou que mais de 90 chefes de Estado e Governo devem participar da conferência, além de 50 mil pessoas nos eventos paralelos à Rio+20.

De Brasília
Com agências