Israel impede ativistas pró-Palestina de viajar para o país

Centenas de pessoas ficaram revoltadas neste fim de semana nos aeroportos europeus, diante da decisão das companhias aéreas de impedir-lhes viajar ao Oriente Médio para participar de uma campanha de solidariedade à Palestina.

Air France, EasyJet, Lufthansa e Swiss Air, entre outras companhias, cancelaram as passagens dos ativistas porque seus nomes apareciam em uma lista negra proporcionada por Israel.

No aeroporto parisiense de Roissy Charles de Gaulle, uma centena de pessoas protagonizou neste domingo (15) um protesto depois de terem sido impedidos de embarcar.

"Parece que as fronteiras de Israel estão agora em Roissy. Este é um ataque a nossa liberdade de movimento", denunciou Olivier Buchotte, um dos organizadores na França da jornada "Bem-vindo à Palestina".

A proibição de embarcar em voo para Tel Aviv estendeu-se também aos aeroportos de Bruxelas, Genebra, Viena, Roma e Istambul, denunciaram os ativistas.

Cerca de mil 500 pessoas participariam da terceira edição da campanha, mas só umas poucas dúzias conseguiram chegar ao terminal aéreo Ben Gurion, onde foram detidas pela polícia israelense.

Uma parte delas foi transladada a uma prisão e o resto aguardam no mesmo aeroporto a ordem de deportação.

O programa da jornada "Bem-vindo a Palestina" incluía realizar um percurso por Hebron, o vale do rio Jordão, Ramalah e a cidade santa de Jerusalém, bem como construir uma escola em Belém.

Devido ao controle exercido pelas autoridades ocupantes, toda pessoa que deseje chegar a Cisjordânia deve primeiro passar pelos postos fronteiriços israelenses.

Dissimulação

O governo israelense tentou dissimular, nesta segunda-feira (16) sua responsabilidade pelo ataque de um policial a um ativista dinamarquês solidário à causa palestina, apesar de ter impedido a entrada de 41 estrangeiros que se dirigiam à ocupada Cisjordânia.

Ante a avalanche de críticas de meios regionais e evidências de um vídeo publicado na Internet, autoridades sionistas afirmaram que em seu Exército "não há lugar" para ações violentas desse tipo e asseguraram ter suspendido o agressor.

Imagens difundidas na internet mostraram o tenente coronel das forças armadas de Israel Shalom Eisner, sub-comandante da Brigada do Vale do Jordão, batendo no rosto do cidadão dinamarquês Andreas Ias com seu fuzil M-16, causando feridas leves.

O manifestante foi detido junto a outros 40 estrangeiros quando tentou entrar a Israel como parte da campanha "Bem-vindos à Palestina 2012"; cantava canções palestinas exigindo o fim da ocupação e caminhava quando foi brutalmente agredido.

Fonte: Prensa Latina