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Fiesp registra 4,5 mil demissões; pior resultado desde 2006

Pesquisa divulgada, nesta sexta-feira (13), pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou que em março houve 4,5 mil demissões, sendo este o pior resultado desde 2006.

De acordo com a Fiesp, esses número deve-se ao setor sucroalcooleiro, que em março foi o principal responsável pela queda no nível de emprego da indústria de transformação paulista.
Segundo a pesquisa, em março o setor criou 4.163 vagas, o que representa avanço de 10,8% na comparação, sem ajuste sazonal, com o mês anterior. Desde o início da série, em 2006, o setor não crescia menos do que 17%, na mesma comparação.

Em declaração à imprensa, o diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade, Paulo Francini, explicou que apesar de o açúcar possuir preços favoráveis no mercado externo, o álcool tem sofre devido à concorrência com a gasolina no mercado interno, diz ele.

"A vantagem de uso do álcool em relação à gasolina desapareceu. A Petrobras manteve o preço do combustível por três anos, mas o custo das usinas não ficou estável", explica Francini. "É difícil produzir sem saber se você vai vender. Isso afeta a disposição dos produtores para expandir o plantio", afirmou em entrevista à imprensa.

Indústria em São Paulo

A pesquisa ainda apontou que o nível de emprego da indústria de transformação caiu 0,87% em março, frente a fevereiro. Sem ajuste, o emprego caiu 0,18%, com a demissão de 4.500 empregados. Foi o pior março desde 2006.

"A geração de empregos e a indústria de transformação vão mal", diz Francini. No ano, a tendência, de acordo com a Fiesp é que o emprego fique estável. O diretor acredita em uma retomada lenta do setor a partir de junho, mas diz que ela não será suficiente para fazer o emprego crescer.

Desde o início do ano, o emprego no setor apresentou quedas de 0,10%, 0,26% e 0,87%, respectivamente, na comparação com os meses imediatamente anteriores, com ajuste sazonal.

"Não sentimos sinais de que vai haver uma reativação na indústria de transformação com as medidas que foram anunciadas pelo governo. Não vai ser o setor que vai puxar o PIB este ano, mais uma vez", diz Francini.

Cenário

Dentre os 22 setores analisados pela Fiesp, em março, 13 demitiram, 7 contrataram e 2 ficaram estáveis.

Entre os segmentos que mais demitiram está o de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), com fechamento de 2.463 postos de trabalho, queda de 1,1% na comparação com fevereiro. A indústria de produtos alimentícios cortou 1.536 vagas (-0,40%) e o setor têxtil eliminou 871 vagas (-0,80%).

Com informações do Valor Econômico