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Bahia: revoltados, trabalhadores prendem seguranças de grileiros

No último 29 de março, 80 posseiros das comunidades rurais das regiões de Praia, Aparecida do Oeste, Malhadinha, Pombas, Jatobá, Brejo Verde do Município de Correntina prenderam 13 supostos "pistoleiros" que atuam como segurança das empresas que grilaram mais de cinquenta mil hectares de terras na região de Lodo, Morrinho e Gado Bravo.

De acordo com informações dos trabalhadores rurais, as terras foram ocupadas ilegalmente pelas empresas CFM e MOBIM.

O Prefeito Municipal de Correntina, Nilson José Rodrigues (Maguila) preocupado com a situação acompanhou o caso durante todo o dia, e solicitou o apoio da Polícia Militar (Cerrado), do Ministério Público, do deputado estadual Álvaro Gomes e do deputado federal Daniel Almeida para ajudar a solucionar o impasse.

A revolta dos agricultores aconteceu após várias tentativas na justiça para resolver o caso, mas como nenhuma providência foi tomada, eles mesmos, resolveram enfrentar o problema pela força da organização popular. Ao invadirem a sede da fazenda, os moradores das comunidades prenderam e trouxeram na força os pistoleiros das empresas para a Delegacia de Correntina. Os agricultores são membros de associações das propriedades rurais de Morrinho ao Lodo, Gado Bravo ao Lodo, Morrinho a Vereda Grande que tem mais de 200 sócios, ocupando essas propriedades "fechos" de gerais há mais de um século.

Segundo informações dos posseiros os supostos pistoleiros se apresentavam como fiscais ambientais. Eles andavam com coletes a prova de bala, o que reforça o entendimento de que são policiais que prestam segurança as empresas – prática essa comum na região.

Os seguranças ameaçavam os pecuaristas com armas de fogo proibindo a pratica deles de soltarem seus animais, gados, nos fechos de gerais, posses das associações. Na área as empresas construíram uma estrada de mais de 7 km, uma ponte e vinham derrubando todas as cercas construídas pelos agricultores e fizeram ameaça de morte a quatro vaqueiros e mataram dois cachorros deles.

Todos os envolvidos prestaram depoimento, e agora o caso será analisado pela Delegacia. Um advogado já foi contratado para cuidar do caso em defesa dos trabalhadores rurais. De acordo com o delegado não houve flagrante e por isso os seguranças foram liberados. Isso deixou os posseiros ainda mais revoltados com o caso.

Fonte: Fetag-BA