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Jandira condena ação da PM na manifestação contra ditadura no Rio

“Uma cena lamentável que nos envergonha frente ao nosso povo, aos nossos irmãos latino americanos e ao mundo”. Foi como avaliou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) a reação da Polícia Militar à manifestação pacífica contra o golpe de 64 realizado nesta quinta-feira (29), no Rio de Janeiro.

Em nota pública divulgada nesta sexta-feira (30), a parlamentar diz que “aqui, tento ecoar o grito, demonstrar solidariedade as vítimas de ontem e hoje, e me somar aos que lutam pela liberdade”. E acrescentou, como palavras de ordem: “ Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça. Ditadura nunca mais! Pela abertura dos arquivos da ditadura e atuação da Comissão da Verdade”.

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A deputada criticou a atitude de “truculência e bestialidade” da Polícia Militar: “Pulmões que deveriam respirar a liberdade, respiraram gás lacrimogêneo. Olhos que deveriam conhecer a verdade, foram atacados com spray de pimenta. Mais uma vez o grito por liberdade foi contido por aqueles que promoveram a morte, a tortura e a tristeza do nosso povo”, afirmou.

E condenou também os setores militares que se atrevem a defender a ditadura, pela reação violência, “com gestos chulos e objetos lançados em direção aos manifestantes”.

“Como se não bastasse a falta de respeito de alguns setores militares para com a decisão do governo democrático brasileiro em proibição à comemoração de um dos episódios mais sombrios e vergonhosos do Brasil, a Polícia Militar do Rio de Janeiro respondeu à manifestação pacífica organizada por aqueles que desejam liberdade e verdade, com truculência e bestialidade”, diz ainda a nota.

A parlamentar lembrou que enquanto os países vizinhos, como Chile e Argentina, já punem os crimes cometidos pelas ditaduras, “setores conservadores de nossa sociedade nos negam a simples apuração dos fatos. São mães que não puderam enterrar os filhos. Filhos que não conheceram os pais. Homens e mulheres que carregam cicatrizes profundas, no corpo e na alma, pela tortura física e psicológica”.

De Brasília
Márcia Xavier