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O Vermelho luta pela liberdade e a democracia, diz Renato Rabelo

“Nasce para abrigar, cultivar, dar espaço e visibilidade a muitos milhares de contribuições militantes. Será um portal feito como Van Gogh fazia quadros, como Clementina de Jesus fazia música, como Cipriano Barata fazia seu jornal nas masmorras do Império, como Che Guevara fazia a guerrilha: pela simples, limpa e forte convicção de que estas são coisas necessárias.” É com esse objetivo que em 25 de março de 2002 o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) cria o Portal Vermelho.

“Um espaço de debate aberto e comprometido com a informação tal como ela se apresenta”. Foi o que disse, em entrevista, Renato Rabelo, presidente do PCdoB, sobre o papel assumido pelo Vermelho há exatamente uma década.

Segundo ele, os dez anos de criação do Portal Vermelho têm um significado especial para o PCdoB. Primeiro porque é um portal dirigido pelo Partido, no qual a esquerda, as forças progressistas e democráticas, assumem um importante papel na construção deste espaço.

“A partir de uma perspectiva ampla, o Vermelho se configura como um fórum onde as forças progressistas participam, opinam e constroem o debate político democrático no país. Ele assume um papel de extrema relevância e se insere no movimento contemporâneo de mídia alternativa, fazendo frente ao sistema de comunicação controlado pelos grandes monopólios”, explica Renato.

Para Bernardo Joffily, um dos idealizadores e ex-editor do Portal Vermelho, "é inegável o êxito de crítica e de público do Vermelho. Creio até que os próximos dez anos serão melhores ainda. Diria que um segredo essencial deste sucesso reside em que sempre procuramos fazer Jornalismo Engajado com ‘J’ e ‘E’ maiúsculos”.

José Reinaldo, secretário nacional do PCdoB e editor do Vermelho, acrescentou que para além de todas as contribuições, “o Portal atua como um instrumento na luta de ideias dos trabalhadores e de todos que lutam contra a exploração capitalista, contra a opressão imperialista dos povos e das nações, contra a treva neoliberal e por uma nova sociedade. Uma sociedade democrática, baseada no progresso social, na justiça social e baseada, também, na independência e soberania nacional”.

Reconhecimento

Durante a entrevista, Renato Rabelo recordou que desde sua criação, o Vermelho sempre atingiu as expectativas, e em muitos momentos até superou-as. Ele destacou os dois prêmios Ibest conquistados pelo portal, um em 2003 e outro em 2004.

“Os dois prêmios conquistados são a prova clara do comprometimento do Portal com suas diretrizes políticas e sociais, seu comprometimento com a militância. E toda a dedicação das pessoas que construíram, e constroem, esse Portal se reflete no reconhecimento dado pela nossa militância.”

O secretário de Mídia do PCdoB, Altamiro Borges (Miro), lembra que toda a dedicação empreendida ao Portal Vermelho rendeu, além dos prêmios, o reconhecimento de um trabalho de referência para a imprensa brasileira.

“Nesses dez anos, o Vermelho foi se consolidando como um portal de referência, de cobertura ágil e sempre contra-hegemônica. Todos os partidos, a esquerda brasileira, os movimentos sociais acessam o Vermelho para saber o que ocorre no mundo, o que acontece no Brasil. Então, mesmo havendo divergência de opinião, independente do partido e das posições ideológicas, hoje nenhum destes seguimentos fica sem ler o Vermelho.”

Miro lembra que o Partido sempre teve a sensibilidade para perceber onde se dá a luta de classes. E a luta se dá em diferentes e variados terreiros. O PCdoB desde seu nascedouro percebeu isso, sobretudo onde se dá a luta de ideias, e soube articular isso muito bem no interior da sociedade brasileira. Para tanto, teve na sua linha de frente grandes jornalistas e pensadores que repercutiram, com estratégia, o feixe de ideias que o Partido buscava problematizar.

Pronto para o combate

José Reinaldo explica que ao longo dessa década o Portal transforma-se em uma trincheira da luta concreta, da luta prática do movimento pela democratização da comunicação e faz isso em trajetória ascendente.

“Procuramos realizar em nosso trabalho a defesa pela luta do socialismo. Defendemos a ideologia da luta anti-imperialista. E o nosso Portal faz isso de maneira plástica, elástica, flexível, de forma ampla, a partir de uma política de unidade com todas as forças de esquerda, que tem como referencial uma plataforma comum. É com essa identidade, a identidade Vermelha, que nós vamos adiante ofertando uma comunicação profissionalizada, verdadeira, crítica e com foco no desenvolvimento nacional”, reafirma.

Renato Rabelo diz que tal postura é explicada porque “o Vermelho se porta não só como um portal do Partido, mas vai além, se porta como um espaço para toda a sociedade e garante uma ampla e diversa audiência, em que forças progressistas, que participam ativamente dos debates relacionados ao país, têm aí a oportunidade de expor sua opinião e problematizar questões. Além disso, a própria posição que o Portal tem tomado frente a questões candentes do país contribui para elevar sua autoridade perante sua audiência”, finaliza ele.

Bernardo Joffily lembra que o sucesso do Vermelho é inseparável do potencial da internet. Segundo ele, “a internet é uma revolução comunicacional (ou a parte mais saliente desta). E esta está apenas começando. Depende, fundamentalmente, do aproveitamento máximo dessa ferramenta afiada que tanto contribui para a luta de ideias”.

Ele explica que o Vermelho é também uma parte de toda uma via láctea de portais, sites e blogs que há anos desafia o "pensamento único" da mídia tradicional.

“O PIG [Partido da Imprensa Golpista] é grande, mas esta via láctea também não é pequena, e cresce com ímpeto, inteligência e destreza, desafiando Golias. Vivemos assim, no Brasil, e não só aqui, uma guerrilha de ideias. Minha torcida é para, sem abandonarmos a multiplicidade e a pluralidade que são uma das fontes da nossa força, passarmos da guerrilha também para a guerra de movimento e a de posições, com a construção de veículos com um porte capaz de enfrentar o PIG em condições de igualdade. A superação necessária desta deformação é construirmos a nossa própria grande mídia do bem. O que só elevará o papel, a audiência e a importância de um portal como o Vermelho.”