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Ativista dos EUA difunde em Cuba visão de indignados

Os indignados nos Estados Unidos estão defendendo uma postura anticapitalista que se traduz na exigência de uma mudança nas diferentes frentes da sociedade, afirmou nesta quinta (22) um ativista do movimento, que está em Havana.

Michael Barglow, um professor aposentado da Califórnia, manifestou seu interesse em difundir em Cuba a realidade do Occupy Wall Street, movimento surgido em setembro passado que estendeu-se a mais de uma centena de cidades estadunidenses.

"A maioria dos manifestantes são jovens, porque eles são os que têm o futuro em suas mãos, e estão exigindo seu direito de ter empregos, casas, seguros médicos", comentou Barglow à Prensa Latina.

"Este é um movimento impulsionado pelo poder popular, por isso não temos líderes e queremos mantê-lo assim, pois para muitas pessoas isso o torna mais atraente, já que as decisões não recaem em uns poucos.

Segundo o ativista, que assegura participar em causas deste tipo desde os 18 anos – quando se opôs à guerra do Vietnã -, uma das preocupações neste momento é a falta de maior interconexão entre as cidades para propor estratégias comuns.

"Queria que o capitalismo mudasse radicalmente para um sistema no qual os trabalhadores tivessem mais protagonismo, houvesse uma maior democracia e as corporações deixassem de controlar tudo", apontou.

De acordo com Barglow, o sistema é muito poderoso e tem uma estrutura bem definida, "mas é evidente que os Estados Unidos está perdendo seu poder no mundo e, portanto, devem vir grandes mudanças, porque a situação atual é insustentável".

"É interessante a reação do Congresso do meu país perante o movimento, porque enquanto o discurso do presidente Barack Obama propõe que a voz do povo é importante, os políticos representam aos ricos e tratam de estigmatizar nossas manifestações".

De qualquer modo, expressou, trata-se ainda de um movimento novo, que deve crescer em organização, "e ainda que se imponham estratégias para fazê-lo fracassar, estou seguro de que mais pessoas se irão unindo".

Barglow visita Cuba com o propósito de realizar investigações sobre a educação na ilha e a Campanha de Alfabetização, para o que conta com uma licença do Departamento do Tesouro de seu país.

Isto se deve a que as viagens de cidadãos estadunidenses à nação caribenha têm um caráter restritivo, pois só alguns setores podem visitar Cuba sob rigorosas medidas, que incluem limites e proibições para suas atividades.

Fonte: Prensa Latina