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Wagner Gomes: estamos em uma cruzada pela indústria nacional

“Cruzada pela indústria nacional”. Foi como resumiu, em entrevista ao Vermelho, nesta segunda-feira (19), o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil (CTB), Wagner Gomes, a jornada de luta dos trabalhadores neste ano. Da Redação do Vermelho, Joanne Mota com agências

O dirigente falou sobre a reunião com a presidente Dilma Rousseff, ocorrida no último dia 14, destacou que o encontro foi positivo que a presidente se mostrou aberta ao debate sobre as questões defendidas pelo movimento sindical.

Ele informou que, nesta quarta-feira (21), a centrais se reunirão com o ministro da Fazenda Guido Mantega, e com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Dentre os assuntos que deverão ser discutidos nesse próximo encontro, está a luta pela isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos relativos Participação de Lucros e Resultados dos trabalhadores PLR.

Dados divulgados na imprensa, nesta segunda-feira (19), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estimam que num universo de mais de 700 mil bancários, químicos, petroleiros e metalúrgicos do ABC e de São Paulo o Imposto de Renda sobre a PLR dos trabalhadores cairá de R$ 1,8 bilhão para R$ 251 milhões caso sejam aprovadas as novas regras de tributação.

A medida representaria R$ 1,6 bilhão a mais no bolso dos empregados dessas quatro categorias profissionais. De acordo com o estudo, o IR sobre a PLR dos trabalhadores começa a incidir em ganhos com valor a partir de R$ 1.566,62. A alíquota varia de 7,5% a 27,5% – para valores acima de R$ 3.911,63. A proposta dos sindicatos, com uma nova tabela de alíquotas, estipula que o Imposto de Renda sobre a PLR seja cobrado a partir de R$ 8.000,01.

Segundo Wagner Gomes, a presidente se comprometeu em discutir o assunto com ministro Mantega, que apresentará uma resposta durante a reunião desta quarta-feira.

“A CTB, como as demais centrais sindicais, entende que a PLR não deve sofrer nenhum desconto, pois este já é realizado no salário”, disse ao Vermelho o presidente da CTB. Ele acrescenta que esta é uma luta de todas as centrais e espera que o ministro apresente um a resposta positiva sobre o assunto. “Esperamos dar mais um passo em favor dos trabalhadores.

Além da isenção do IR para a PLR, discutiremos também o fim do fator previdenciário, política econômica e desindustrialização”, ressalta.

Sobre a mobilização em curso contra a desindustrialização, Wagner disse que aos trabalhadores estão unidos e com uma ampla agenda de mobilizações pelos estados.

Ele explicou que “a principal causa do fenômeno da desindustrialização é a valorização do real em relação ao dólar, nomeada pela presidente de tsunami monetário decorrente das políticas monetárias frouxas dos países ricos (EUA, Europa e Japão), traduzidas em taxas de juros baixíssimas, expansão do crédito e emissão trilionária de moedas. Isto redunda numa superoferta de dólares no mundo, especialmente nas chamadas economias emergentes”.