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Senado e PCdoB homenageiam Maria Prestes

No dia 13, a militante comunista Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, recebe o Prêmio Berta Lutz, juntamente com a presidente Dilma Roussef, às 10 horas. Às 19 horas, Maria Prestes irá à sede do PCdoB-DF, onde fará palestra, com a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) e a secretária de Estado da Mulher no Distrito Federal, Olgamir Amancia, sobre a mulher e a militância comunista.

O prêmio Berta Lutz  foi instituído pelo Senado em 2001 como forma de homenagear mulheres de todo o país que tenham prestado relevantes serviços na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero.

Altamira Rodrigues Sobral, que adotou o nome Maria Prestes durante sua militância na clandestinidade, receberá Prêmio Berta Lutz por indicação do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) e aprovação unânime do Comitê do Senado encarregado de escolher as premiadas. O Comitê é presidido pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Maria Prestes nasceu em Recife, em 2 de fevereiro de 1930. Cedo, perdeu a mãe. Ainda criança, ajudou o pai, João Rodrigues Sobral, na militância política. Ele era o “camarada Lima”, e participou do Levante de 1935, quando preso e torturado, mas conseguiu fugir durante uma transferência para o Distrito Federal (na época, Rio de Janeiro).

Orientada pelo pai, Maria passou a infância e a adolescência (anos 1930 e 1940) ajudando o Partido Comunista na resistência durante a ditadura Vargas, participando de greves, comícios, passeatas, divulgando livros e jornais marxistas.

Em junho de 1950 nasceu seu primeiro filho, William, que mais tarde seria chamado de Pedro. Separada do primeiro marido, deixou o Nordeste rumo a São Paulo. Neste momento o Comitê Central do Partido Comunista deu-lhe uma certidão de nascimento falsa, com o nome que usa até hoje, Maria do Carmo Ribeiro. Seu primeiro filho, William, passa a ser Pedro Fernandes e o segundo filho, Luiz Carlos, passa a ser Paulo Roberto.

Na capital paulista, recebeu a missão de cuidar de “aparelhos” (residências clandestinas de dirigentes comunistas). Em 4 de dezembro de 1952 conheceu Luiz Carlos Prestes, secretário-geral do Partido Comunista do Brasil, que na época usava a sigla PCB. Maria recebeu a incumbência de cuidar de seu esconderijo, onde seguia as mais rigorosas normas de segurança.

Maria e Luiz se enamoram e deram início a uma relação que durou 40 anos. Desta relação nasceram Antônio João, Rosa, Ermelinda, Luiz Carlos, Mariana, Zoia e Iuri. Em 1970 toda a família se exilou na União Soviética. Lá, Maria aprendeu o russo. Após 10 anos de clandestinidade, com a lei da Anistia, Prestes e Maria retornaram ao Brasil. Em meados dos anos 1980, Prestes se aproxima do PDT e Maria foi uma das coordenadoras do Coletivo de Mulheres do PDT.

Ambos trabalham intensamente na campanha de Brizola à Presidência da República em 1989. No dia 7 de março de 1990 faleceu Luiz Carlos Prestes. Em 1992, Maria lançou um livro: Meu Companheiro – 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes. Hoje sua família é composta, além dos filhos, por 25 netos (inclusive Ana Prestes, do Comitê Central do PCdoB) e nove bisnetos.

De 1990 até os dias de hoje, 2012, Maria segue fiel à sua trajetória de militante política. Hoje não está formalmente organizada em nenhum partido, mas participa de inúmeras palestras, debates e encontros políticos, como o que acontecerá na sede do PCdoB-DF, no Brasil, divulgando a vida de Prestes, sua própria militância e seus valores de mulher que acredita na transformação social.

Serviço:
A sede do PCdoB-DF fica no Conic, SDS ed. Venâncio Júnior, sala 201 – Brasília-DF – Telefone: (61)-3321-6565

De Brasília
Carlos Pompe