Vanessa cobra acordo bilateral para impedir tráfico de pessoas  

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) reclamou da falta de acordos bilaterais entre Brasil e Haiti, e também com países como Peru e Equador, que funcionam como “corredores” na imigração dos haitianos para os estados da região Norte, principalmente Acre e Amazonas.

A parlamentar explicou que, sem essa ação conjunta, as investigações sobre os grupos criminosos não avançam e eles continuam livres para agir.

Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (6), ela pediu empenho à diplomacia brasileira para que novos tratados facilitem a fiscalização e as buscas eficientes nessas rotas.

Caso dos haitianos

Vanessa avaliou como “extremamente elucidativa” a audiência pública da CPI em Manaus. A reunião tratou especificamente da imigração ilegal de haitianos para o Brasil. De acordo com ela, os haitianos contaram na audiência que sua vinda foi facilitada por grupos que agem de forma marginal e que lhes estariam extorquindo recursos, ameaçando, inclusive, suas famílias.

Ainda durante a diligência em Manaus, chegou ao conhecimento da CPI a informação de que há algumas centenas de haitianos, vivendo em cidades localizadas na fronteira brasileira com países vizinhos, que aguardam a regularização de sua situação migratória no Brasil.

Em ofício ao Ministério das Relações Exteriores, Vanessa Grazziotin solicitou informações sobre as medidas que vêm sendo tomadas pelo Conselho Nacional de Imigração a fim de regularizar a situação migratória no Brasil desses grupos específicos.

Tráfico de mulheres

A CPI vai realizar diligências em São Paulo e no Rio de Janeiro para analisar as denúncias de um suposto esquema que tinha o objetivo de levar mulheres brasileiras para a Namíbia. A senadora Vanessa Grazziotin lembra que o Jornal Nacional, da TV Globo, noticiou em sua edição do dia 5 de março que a Polícia Federal impediu que oito brasileiras, todas cariocas, embarcassem no Aeroporto Internacional de Guarulhos em voo que faria conexão na África do Sul e tinha como destino final a Namíbia.

A CPI aprovou ainda requerimentos para convocação das supostas vítimas e do taxista Vilberto Ataíde Frazão, preso em flagrante no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele teria feito contato com dois angolanos, Raul Antônio Coimbra e Rui Jorge Francisco Neto, que vivem na Namíbia e lhe teriam encomendado garotas de programa.

A comissão aprovou também a convocação de Maria Ferreira de Souza, que teria escolhido as vítimas do esquema, e do delegado da Polícia Federal Luís Vanderlei Pardi, que preside o inquérito sobre o assunto.

De Brasília
Com Agência Senado