Protesto em Maceió contra aumento da passagem

Na manhã desta quarta-feira, 29/02, entidades ligadas aos movimentos estudantil e sindical fizeram passeata pelas ruas do Centro de Maceió em protesto contra o aumento das passagens de ônibus no município.

Maceió - Fotos de Yvette Moura - O Jornal

Os movimentos sindical e estudantil se uniram na manhã da última quarta-feira para demonstrar a insatisfação contra a liminar concedida pela Justiça que permitiu o aumento da passagem de ônibus em Maceió para R$ 2,30. Os manifestantes ocuparam a Praça Marechal Deodoro, em frente ao Tribunal de Justiça, no Centro da cidade, durante toda a manhã; o ápice do protesto foi a entrega da petição do mandado de segurança, impetrado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), para suspender os efeitos da liminar.

Segundo Izac Jacson, presidente da CUT, não há motivos técnicos para que a passagem seja aumentada. “Nós temos a terceira passagem mais cara do Nordeste; só perdemos para Salvador e Recife, com o agravante que não temos terminais de integração. Isso faz nosso quilômetro rodado ser o mais caro do Brasil, porque a distância do trajeto feito com o valor da passagem é inferior às outras capitais”, explicou.

A alta da tarifa provocou uma reação popular, levando uma multidão de manifestantes para o protesto, desde trabalhadores sem-terra e líderes comunitários a sindicalistas, com a presença maciça do movimento estudantil. Alguns deles tiveram problemas com seguranças do Tribunal de Justiça (TJ) que os impediram de afixar cartazes nas paredes do palácio do Poder Judiciário. Num dos cartazes estava escrito “Tribunal de Injustiça”, numa crítica à liminar concedida.

Além do protesto centralizado na Praça Deodoro, um grupo de estudantes saiu em passeata da sede do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) até o TJ. Um carro de som que seguia com os estudantes do IFAL para a manifestação foi impedido de chegar até o ponto da concentração em frente ao Tribunal.

Integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) não só criticam o aumento como defendem a implantação do passe livre para os estudantes subsidiado pelo Município. “Esse diálogo não deve ser apenas com os empresários, e sim com o poder público, que deve trabalhar com uma isenção tributária e o passe livre. Quem deve arcar com o aumento da passagem é o poder público, e não a população”, disse a diretora da UNE, Cláudia Petuba.

O diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Dário Rosalvo, destacou que os empresários querem praticar aumentos exorbitantes, que podem chegar a 30% e ficam bem acima da inflação anual, sem oferecer nada em troca. “Eles aumentam o valor da passagem e nos dão em troca um serviço caótico”.

De Maceió, Selma Nunes, com base nas matérias dos jornalistas Sumaia Villela, publicada no O Jornal, e Maurício Gonçalves, publicada na Gazeta de Alagoas.