CPI terá Abin para investigar “coiotes” no tráfico de haitianos

A CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas solicitou apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar as ações dos “coiotes” que atuam no transporte de haitianos que chegam no Brasil pela fronteira do Acre e Amazonas. A agência, que monitora desde 2010 esse fluxo migratório, não desconsidera a possibilidade de novas rotas na Amazônia. A CPI fará diligência em Manaus no próximo dia 5 de março para investigar o caso.

A presidente do colegiado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), diz que Abin tem dados sobre a atuação dos coiotes tanto no Haiti quanto na fronteira brasileira. “As informações são que esses criminosos estão financiando as viagens para depois extorquir os haitianos. Além disso, praticam todos os tipos de violência, inclusive sexual”, disse a parlamentar.

Segundo ela, o apoio da Abin será muito importante para monitorar as rotas usadas pelos coiotes. Há suspeitas que eles estão transportando os haitianos de Tabatinga para Manaus e da capital para Guiana Francesa. Outras denuncias estão sendo investigadas sobre possíveis rotas.

Sob a coordenação do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, quatro senadores da Comissão de Relações Exteriores debateram, nesta terça (14), na sede do MJ em Brasília, o problema dos haitianos no Acre e Amazonas com representantes das pastas da Saúde; Abin; Trabalho; Relações Exteriores; Desenvolvimento Social e Integração Nacional.

Eles explicaram aos senadores as ações de cada órgão federal no Amazonas e Acre sobre a ajuda prestada aos imigrantes. “Além de todas as pastas estarem abertas para as solicitações dos Estados, ficou claro que o problema dos haitianos é uma questão nacional”, disse a senadora.

Além dela, compareceram a reunião Cristovam Buarque (PT-DF), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Eduardo Suplicy (PT-SP).