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Obama admite assassinatos; Paquistão adverte EUA

O Governo paquistanês classificou nesta terça-feira (31) como "inaceitáveis" os ataques com aviões não tripulados norte-americanos em seu território depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu publicamente pela primeira vez sua existência.

"São ilegais, polêmicos e, portanto, inaceitáveis", escreveu à Agência EFE por mensagem de texto o porta-voz das Relações Exteriores paquistanês, Abdul Basit, sobre os chamados aviões não tripulados apelidados de "drones").

Os EUA bombardeiam com esses equipamentos áreas do Paquistão e, com menos frequência, outros países com os quais também não está tecnicamente em guerra, como o Iêmen e a Somália.

A postura oficial do Paquistão é que os ataques, mesmo eliminando alvos insurgentes, representam um fracasso estratégico, pois geram a cólera da população.

Os "drones" são uma das armas mais usadas por Obama na perseguição aos que o imperialismo norte-americano considera terroristas: em 2010 foram 118 ataques só no Paquistão, frente a 70 do ano passado, um reflexo das turbulentas relações diplomáticas entre ambos os países.

Em conversa com internautas, Obama admitiu pela primeira vez na última segunda-feira o uso de "drones" em ataques a supostos militantes da Al Qaeda e de redes jihadistas presentes nas áreas tribais paquistanesas que fazem fronteira com o Afeganistão.

O presidente disse que os aviões não-tripulados "não fizeram um grande número de vítimas civis" e que os ataques são “precisos”, algo contestado discutido por organizações de direitos humanos para as quais eles matam civis.

Obama acaba, portanto, de admitir que o imperialismo estadunidense está lançando mão de assassinatos “seletivos” de opositores num país estrangeiro. O chefete da Casa Branca, com o maior despudor, confessou dois crimes: o assassinato de ativistas – que na nomenclatura psicótica e bandida da Casa Branca, do Pentágono, da CIA e do Departamento de Estado – são terroristas e a violação da soberania nacional. São atentados aos direitos humanos e à ordem internacional.

Atenção, Conselho de Segurança da ONU, que se reúne hoje para sancionar a Síria: eis um ponto a acrescentar à pauta.

José Reinaldo, com informações da EFE