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Irmandade Muçulmana anuncia que terá 46% do Parlamento do Egito

A Irmandade Muçulmana vai controlar quase metade dos assentos do primeiro Parlamento egípcio eleito depois que uma insurreição derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak no ano passado, de acordo com uma projeção divulgada pelo grupo nesta sexta (13).

Colocando em evidência a profunda mudança no Egito depois da queda de Mubarak, o grupo islâmico banido durante o governo do líder deposto ficará com 232 cadeiras – ou 46 por cento – da câmara baixa depois da eleição iniciada em novembro e que agora se aproxima do fim.

O Partido Nour, mais linha-dura e que defende a aplicação rigorosa da lei islâmica, terminou com 113 assentos (23 por cento), dando o controle de mais de dois terços da casa a islâmicos de diferentes posições, de acordo com os números.

Um porta-voz do Partido Nour, de doutrina salafista, apresentou um resultado ligeiramente diferente, com 120 assentos para o seu partido.

Os resultados, que refletem um padrão observado desde o início da votação, foram divulgados na página do Facebook do Partido da Liberdade e Justiça (PLJ), o braço político da Irmandade. Eles se baseiam nos resultados da última rodada de votação.

Embora a Irmandade pareça agora preparada para ter um peso maior no governo do país mais populoso do mundo árabe, os generais do Exército que assumiram em fevereiro o poder que estava nas mãos de Mubarak devem governar até o fim de junho.

Até lá, o Egito deverá ter um presidente eleito seguindo o cronograma estabelecido pelo conselho militar. A Irmandade disse que não disputará a Presidência.

"Indicações dos resultados finais das eleições: 'Islâmico Islâmico'", dizia a manchete da capa do Al Masry Al Youm de sexta-feira, um dos jornais mais lidos do Egito.

Capazes de se organizarem com as redes comunitárias antigas e das mesquitas, os islâmicos tiveram melhores condições para desfrutar da liberdade política surgida depois da queda de Mubarak.

Os assentos remanescentes no Parlamento serão divididos entre liberais, independentes, políticos ligados à era Mubarak e outros grupos, incluindo os que tiveram participação no início da revolta contra Mubarak, de acordo com a projeção do PLJ.

Fonte: UOL