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Índia e Paquistão trocam listas de instalações nucleares

Como ocorre em cada primeiro dia do ano desde 1992, a Índia e o Paquistão intercambiaram neste domingo as listas de suas instalações nucleares em virtude de um acordo que proíbe as duas partes de atacarem as bases desse tipo.

O intercâmbio dos documentos – que incluem todas as instalações nucleares civis e militares – se efetuou através dos canais diplomáticos correspondentes, segundo comunicados emitidos em uníssono pelas respectivas chancelarias.

A Índia realizou sua primeira prova nuclear em 1974, seguida de outras cinco em 1998, enquanto o Paquistão levou a cabo as suas seis também em 1998.

Nova Delhi e Islamabad se negaram desde então a firmar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, a Índia por considerá-lo discriminatório, e o Paquistão porque teme subscrevê-lo sem que sua vizinha e rival o faça antes.

Ambas as nações do sul da Ásia estiveram à beira de um conflito nuclear em 2002 por causa da disputada região da Cachemira, motivo de duas das três guerras que tiveram desde seu nascimento como repúblicas em 1947.

Na terça-feira passada, em Islamabad, especialistas paquistaneses e indianos acordaram em princípio renovar por mais cinco anos seu pacto sobre redução do risco de acidentes relacionados com armas nucleares.

A decisão final ainda deverá ser submetida à consideração dos respectivos secretários de Relações Exteriores e validada pelos governos.

Na reunião, a primeira em mais de quatro anos que realiza o Grupo de Trabalho Conjunto sobre a matéria, também se decidiu estudar outras medidas de fomento da confiança em tão sensível tema.

Como a Índia e o Paquistão integram o exclusivo clube de potências nucleares, a região e o resto do mundo recebem qualquer anúncio nesse sentido com alívio, do mesmo modo que recebem com preocupação quando as relações entre ambas as nações ficam tensas.

Os dois países voltaram à mesa de diálogo em princípios do ano passado, depois de uma tensa interrupção provocada pelos atentados terroristas à cidade de Mumbai em novembro de 2008, que a Índia atribuiu a um grupo radical islâmico com base no Paquistão.

Prensa Latina