Ativista político Joviniano Neto é homenageado em Salvador

A trajetória política e de vida do sociólogo, professor e ativista de direitos humanos Joviniano Neto foi relembrada na noite desta segunda-feira (19/12), durante a sessão especial em sua homenagem, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores de Salvador. O evento reuniu intelectuais, lideranças políticas e muitos militantes que acompanham de perto o trabalho do presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e coordenador do Comitê Baiano pela Verdade (CBV).

“Não houve momento da história da Bahia, e naturalmente na história do Brasil, que Joviniano Neto não esteve na linha de frente”. A afirmação do deputado federal Emiliano José (PT) demonstrou o respeito dos companheiros de luta pela atuação destacada do ativista. O parlamentar afirmou ainda que muitas conquistas alcançadas no Brasil, que só foram possíveis em virtude do trabalho de pessoas comprometidas com a causa da democracia, como o próprio Joviniano.

Esta importância foi destacada também pela vereadora Marta Rodrigues, organizadora da homenagem. Segundo ela, Joviniano faz parte da própria história de Salvador e da Bahia, por sua participação no combate à ditadura militar e na defesa dos direitos humanos de cidadãos, desde a época do regime até os dias de hoje.

Trajetória

Joviniano Neto define a si mesmo como “nacionalista, trabalhista e de esquerda”. Em seu discurso de agradecimento, discorreu sobre a sua trajetória de vida e apontou momentos que a marcaram para sempre, como a morte de Getúlio Vargas, o ingresso na universidade e na Juventude Universitária Católica (JUC), na década de 60, quando conheceu o cristianismo social e engajado, além do nascimento do Grupo Tortura Nunca Mais.

Depois de atuar por 46 anos como professor, estar no Comitê Estadual de Enfrentamento à Tortura e coordenar a luta pela criação da Comissão Nacional da Verdade, Joviniano Neto deixou claro que seu trabalho continua. Agora, diz-se focado em “transformar as feridas abertas de familiares de vítimas do regime ditatorial em cicatrizes”, libertar as Forças Armadas Brasileiras “daquilo que foi considerado versão oficial, mas todos já sabem que era mentira”, e libertar a população do medo que enfrenta de conhecer a verdadeira história. “O povo tem que conhecer essa história”, declarou Joviniano.

Ao lado do homenageado, de Marta Rodrigues, Emiliano José e Ailton Ferreira, compuseram a mesa o ex-governador da Bahia e ex-deputado federal Waldir Pires; o ex-deputado Sérgio Gaudenzi; o militante do movimento negro, Sandro Correia; a historiadora Consuelo Pondé; a esposa de Joviniano, Vânia; e o ex-deputado federal Haroldo Lima. Para Waldir Pires, Joviniano Neto é o exemplo “do quanto se pode ser fiel a um corpo de ideias, esperanças e determinações espirituais. Toda a sua luta envolve uma profunda lealdade”.

Fonte: Ascom da Câmara de Vereadores de Salvador.