Conselho Federal de Medicina apoia vacinação gratuita contra HPV

O Conselho Federal de Medicina apoia integralmente o Projeto de Lei nº 283/2011, da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que garante a vacinação gratuita de mulheres, na faixa etária de 9 a 40 anos, contra o HPV (Papilomavírus Humano), responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero no Brasil. A vacinação, segundo a proposta, seria via Sistema Único de Saúde (SUS).

O apoio do CFM foi externado na manhã desta terça-feira (13/12), pela presidente do Conselho, médica ginecologista Vera Lúcia Mota Fonseca, em audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado que debateu o projeto, atendendo a requerimento da própria autora e da relatora, senadora Martha Suplicy (PT-SP).

“Toda medida de prevenção é muito bem vinda e necessária. Acreditamos no poder da prevenção”, disse Vera Fonseca. Ela ressaltou que o CFM está à disposição do Senado para o que for necessário no que se refere à aprovação do projeto. “No final queremos a mesma coisa: a redução da incidência e da mortalidade do câncer de colo de útero”, disse.

Já o representante do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que o MS é a favor da vacinação, mas contra a introdução da prática por lei. Segundo ele, a vacina contra o HPV está, entre as três – as outras são hepatite A e varicela – que o Ministério avalia incluir no calendário público de imunização. O público-alvo dessa ação seriam meninas com idade entre 9 e13 anos, que ainda não iniciaram a vida sexual. Barbosa garante que a vacinação não surte efeitos para mulheres com vida sexual ativa.

Para esse grupo de mulheres, Barbosa defende a ampliação do acesso ao exame papanicolau, usado para detectar o câncer de colo de útero, e a melhoria no tratamento dos casos existentes.

Na avaliação da senadora Vanessa Grazziotin a audiência atendeu ao seu objetivo de pautar o debate, e trazer à tona informações sobre o assunto para balizar o parecer da relatora, e a avaliação dos parlamentares. Ela lembrou que tem um pacto com o MS para resolver essa questão, por isso sugeriu a audiência pública. Destacou como ponto positivo a recente queda no custo da vacina. “Queremos com esse projeto atingir um contingente de mulheres vulneráveis a essa doença”, disse.

Números – Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que o Brasil fechará o ano com aproximadamente 18,5 mil novos casos de câncer de colo do útero. Este tipo de câncer é segundo mais frequente nas mulheres. Na Região Norte o risco de uma mulher ser diagnosticada com ele é 2,5 vezes maior que em todo o país. No Amazonas, somente no ano passado, foram mais de 550 casos desse tipo de doença.

Para entender o HPV – O papilomavírus (HPV) é o nome dado a um grupo que inclui mais de 100 tipos de vírus. A única forma visível da doença provocada por esse microorganismo são verrugas, também conhecidas como "crista de galo", que aparecem nas regiões genitais de homens e mulheres. No entanto, só os tipos mais suaves do HPV desenvolvem tais sintomas. Os que atuam de maneira secreta podem produzir problemas mais sérios e levar ao câncer.

O HPV é transmitido pelo contato genital com a pessoa infectada (incluindo sexo oral) e por via sanguínea, de mãe para filho na hora do parto. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e desaparece sem deixar vestígios. Por isso, quando se realiza o diagnóstico, não se consegue saber se a infecção é recente ou antiga. A doença viral pode permanecer sem se manifestar no corpo da pessoa.

Assessoria de Comunicação