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Irã captura avião espião dos EUA e não o devolverá

O governo iraniano descartou nesta terça-feira (13) a possibilidade de devolver a aeronave espiã americana, capturada no último domingo (11) ao realizar uma missão de espionagem sobre o país.

O governo do país reagiu com ironia ao pedido de devolução da aeronave feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Para o governo do país, ao invés dos Estados Unidos solicitarem a devolução da aeronave intrusa, eles deveriam ir aos fóros internacionais para pedir desculpas pelo ato de agressão contra o país persa.

O ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, disse que a aeronave agora é propriedade do país persa. "O avião invadiu o Irã e nossas forças responderam. Agora ele é propriedade do Irã e nós vamos decidir o que fazer com ele”, afirmou Vahidi, cobrando desculpas dos EUA. “Em vez de oferecerem um pedido de desculpas à nação, eles agem de forma imprudente e pedem a devolução da aeronave.”

Na segunda-feira, horas depois de Obama pedir a devolução do avião, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reagiu à situação com ironia. "Acho que os americanos decidiram nos dar essa aeronave espiã", brincou, em entrevista transmitida por emissoras de televisão do país.

Mais tarde, 186 dos 190 parlamentares iranianos emitiram um comunicado condenando a invasão do espaço aéreo do país pelos americanos e apelando à "comunidade internacional" que aja contra esse tipo de ato cometido pelo governo dos Estados Unidos.

O avião-robô espião não-tripulado dos EUA, um RQ-170, violou o espaço aéreo da República Islâmica em 4 de dezembro. Segundo alguns relatos, o avião-robô teria coletado informações sobre as instalações nucleares iranianas.

Na semana passada, o general Hossein Salami afirmou que Teerã não pretende entregar a aeronave aos norte-americanos. De acordo com ele, qualquer país consideraria tal incidente como um ato hostil que põe em perigo a segurança nacional.

Especialistas realizam agora um estudo completo do troféu de guerra. O governo iraniano já adiantou que tem planos de proceder em breve à produção de veículos aéreos não tripulados análogos aos RQ-170 norte-americanos, informou Parviz Soruri, chefe da comissão parlamentar para a segurança interna.

Soruri deixou claro que os engenheiros do seu país farão uma cópia do avião não pilotado que violou o espaço aéreo do Irã e foi controlado pela defesa antiaérea no passado dia 4 de dezembro. Segundo especificam peritos militares, o avião teria cumprido uma missão de espionagem, mas depois de controlado pelos iranianos, sofreu danos leves.

Como foi controlado?

As Forças Armadas iranianas conseguiram controlar e pousar o tal avião-espião, sem conceder mais informações a respeito. O fato deverá provocar danos à cadeia de comando das Forças Armadas dos Estados Unidos, que no domingo haviam negado a captura da aeronave.

Uma autoridade disse que Washington não tinha "indícios" de que o avião não-tripulado tenha sido derrubado. "Não há absolutamente nenhuma indicação até esse ponto de que os iranianos derrubaram esse avião", disse um funcionário, que não quis ser identificado.

No domingo as emissoras de televisão iranianas mostraram as primeiras imagens do RQ-170. Nelas, militares e autoridades iranianas inspecionam o avião-espião, que não tinha sinais de ter sido danificado.

Os oficiais iranianos disseram que suas forças detectaram a presença da aeronave eletronicamente e a conduziram até o chão, o que explica o fato de o avião estar intacto.

A imprensa iraniana disse que a "unidade de guerra eletrônica" do Exército do país conduziu ao chão o avião não tripulado, que voava sobre a cidade de Kashmar, cerca de 225 km da fronteira afegã.

Assista o vídeo (em farsi):


Com agências