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Comunistas de todo o mundo dizem que socialismo é o futuro

Foi realizado em Atenas de 9 a 11 de outubro o 13º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Após os debates, os 78 partidos presentes, dentre os quais estava o Partido Comunista do Brasil, aprovaram uma declaração conjunta.

O lema geral do encontro foi “O socialismo é o futuro”! Os comunistas de todo o mundo debateram a situação internacional e a experiência dos comunistas 20 anos após a contrarrevolução na URSS; as tarefas para o desenvolvimento da luta de classes nas condições da crise do capitalismo, das guerras imperialistas, das atuais lutas e revoltas populares, pelos direitos dos trabalhadores e do povo, o fortalecimento do internacionalismo proletário e da frente anti-imperialista, pela derrubada do capitalismo e a construção do socialismo.

Na declaração conjunta, os partidos comunistas e operários saúdam “as lutas populares, que têm enorme potencial emancipatório contra o imperialismo, contra a exploração capitalista e a opressão”.

Crise do capitalismo

A reunião foi realizada – assinala o documento – nas condições da “crise profunda e prolongada do capitalismo” e de prevalência de uma situação internacional “marcada pela escalada da agressividade do imperialismo”.

Os 78 partidos comunistas e operários destacam o acerto das análises e conclusões dos três últimos encontros internacionais – 10º, 11º e 12º – que tiveram lugar no Brasil (São Paulo) em 2008, na Índia (Nova Deli) em 2009 e África do Sul (Tshwane) em 2010.

“Torna-se cada vez mais óbvio para milhões de trabalhadores que a crise é uma crise do sistema. Não são falhas no sistema, mas é o próprio sistema que gera crises regulares e periódicas. A crise é o resultado da agudização da contradição principal do capitalismo entre o caráter social da produção e a apropriação privada capitalista”, assinala o documento, com critérios de análise marxistas-leninistas.

A declaração conjunta enfatiza que a origem da crise não são as políticas de gestão do sistema ou quaisquer aberrações baseadas na ganância de alguns banqueiros ou outros capitalistas ou de a falta de mecanismos eficazes de regulação. O doeumento põe em relevo os limites históricos do capitalismo e a necessidade de fortalecer as lutas anti-monopolistas e anti-capitalistas por rupturas e pela derrubada revolucionária do capitalismo.

Prosseguindo a abordagem sobre a crise, a declaração conjunta dos partidos comunistas e operários ressalta que nos Estados Unidos, Japão, União Europeia e em outras economias capitalistas os impasses das várias versões da gestão burguesa estão sendo demonstrados e assinala que o capitalismo não tem outra resposta para a crise além da destruição em massa das forças produtivas, as demissões em massa, o fechamento de fábricas, e o ataque abrangente aos trabalhadores, atingindo os direitos sindicais, os salários, aposentadorias, seguridade social, provocando a redução na renda das pessoas, o enorme aumento do desemprego e da pobreza.

Reflexos políticos

Os partidos comunistas assinalam que a ofensiva anti-popular se fortalece e se manifesta com particular intensidade em algumas regiões e a concentração e a centralização do capital monopolista intensificam o caráter reacionário do poder econômico e político.

O documento assinala que a intensidade da crise, a sua sincronização global, a perspectiva de recuperação lenta e fraca intensificam as dificuldades das forças burguesas na gestão da crise, levando à agudização das contradições inter-imperialistas e rivalidades enquanto aumenta o perigo das guerras imperialistas.

Os comunistas denunciam os ataques aos direitos democráticos e à soberania, que estão se intensificando em diversos países, onde os sistemas políticos se tornam mais reacionários e cresce o anticomunismo.

A declaração de Atenas chama a atenção para as medidas generalizadas contra a atividade dos partidos comunistas e operários, contra os sindicatos, as liberdades políticas e democráticas e destaca que as classes dominantes desenvolvem uma tentativa multifacética para impedir a manifestação do descontentamento do povo por meio de mudanças nos sistemas políticos, através da utilização de uma série de ONGs pró-imperialistas e outras organizações, através de tentativas de canalizar o descontentamento do povo em movimentos supostamente não político ou até mesmo com características reacionárias.

Uma saudação especial foi dirigida aos povos e trabalhadores em suas lutas e levantes, pelos direitos democráticos, sociais e políticos contra os regimes anti-populares no Oriente Médio e Norte da África, nomeadamente na Tunísia e Egito.

Ao mesmo tempo, o documento condena veementemente a guerra imperialista da Otan e da UE contra o povo líbio e as ameaças e interferência nos assuntos internos da Síria e do Irã, bem como de qualquer outro país.

O papel dos Partidos Comunistas

Nas opinião dos 78 participantes do 13º Encontro Internacional, estes acontecimentos confirmam a necessidade de reforçar os Partidos Comunistas e Operários, a fim de desempenhar o seu papel histórico, para fortalecer ainda mais os trabalhadores e a luta dos povos na defesa de seus direitos e aspirações. A declaração conjunta enfatiza que sem o papel de liderança dos partidos comunistas e operários e da classe de vanguarda, a classe trabalhadora, os povos estarão vulneráveis à confusão e manipulação pelas forças políticas que representam os monopólios, o capital financeiro e o imperialismo.

Geopolítica

Ao analisar aspectos da geopolítica, os partidos reunidos em Atenas observaram os significativos realinhamentos na correlação de forças internacional. Constatam o enfraquecimento relativo da posição dos EUA, a estagnação geral das economias capitalistas mais avançadas e o surgimento de novas potências econômicas mundiais, nomeadamente a China. A tendência para o aumento das contradições está se fortalecendo, entre os centros imperialistas, e destes com as economias chamadas emergentes.

“A agressividade imperialista se intensifica. Já existem vários pontos de tensão regionais e guerras e eles estão se multiplicando: na Ásia e na África, no Oriente Médio com a crescente agressividade de Israel, em particular contra o povo palestino. Ao mesmo tempo, notamos o surgimento de forças neonazistas e xenófobas na Europa, as intervenções multifacetadas, as ameaças e a ofensiva contra movimentos populares e as forças políticas progressistas na América Latina. A militarização está a ser reforçada. O risco de uma conflagração geral a nível regional se torna ainda maior. Neste sentido, são fundamentais a expansão e o fortalecimento da frente social e política anti-imperialista e das lutas pela paz no sentido de erradicar as causas das guerras imperialistas”, assinala a declaração conjunta.

Caminho da libertação

Para os partidos comunistas e operários, existem dois caminhos de desenvolvimento: o caminho capitalista, o caminho da exploração dos povos, que cria grandes perigos para as guerras imperialistas, para os trabalhadores, os direitos democráticos dos povos; e o caminho da libertação, com imensas possibilidades para a promoção dos interesses dos trabalhadores e dos povos, para a realização da justiça social, soberania dos povos, paz e progresso. O caminho do trabalhadores e das lutas dos povos, o caminho do socialismo e do comunismo, que é historicamente necessário.

Os partidos comunistas ressaltam a contribuição que tê dado, lado a lado com o movimento sindical classista, para o fortalecimento das lutas dos trabalhadores na Europa e em todo o mundo e enaltecem a resistênc ia dos povos: “A agressividade imperialista continua a se defrontar com uma resoluta resistência popular no Oriente Médio, Ásia, África e América Latina. Este fato, juntamente com a experiência acumulada até agora especialmente na América Latina, demonstram as possibilidades de resistência, de luta de classes, para que os povos deem passos adiante e ganhem terreno, infligindo golpes no imperialismo, tendo como objetivo derrubar a barbárie imperialista”.

Os comunistas de todo o mundo afirmaram a necessidade de intensificar a luta de classes, a luta ideológica e a luta política de massas, a fim de organizar a contra-ofensiva por rupturas anti-monopolistas e anti-imperialistas, pela derrubada do capitalismo e o fim da exploração do homem pelo homem.

Defenderam também que a unidade classista, a organização e a orientação classista do movimento operário, são fatores fundamentais para garantir a efetiva construção de alianças sociais com o campesinato, a classe média urbana, o movimento de mulheres e omovimento juvenil.

A declaração conjunta aborda ainda a unidade e a atividade dos partidos comunistas e dos trabalhadores a nível nacional, regional e internacional. “A atividade conjunta e coordenada dos Partidos Comunistas e Operários, das organizações de juventude comunista e as organizações anti-imperialistas em que os comunistas têm uma importante contribuição, constitui um dos elementos mais confiáveis para a expansão da luta anti-imperialista e o fortalecimento da frente anti-imperialista”.

Também a luta ideológica ganhou relevo no documento aprovado no 13º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, considerada de vital importância, a fim de defender e desenvolver o socialismo científico, para repelir o anticomunismo contemporâneo, para enfrentar a ideologia burguesa, as teorias anti-científicas e correntes oportunistas que rejeitam a luta de classes; combater o papel das forças sociais-democráticas que defendem e implementam políticas antipopulares e pró-imperialistas, apoiando a estratégia do capital e do imperialismo.

O documento conclui com a afirmação de que a derrubada do capitalismo e a construção do socialismo constitui uma necessidade imperiosa para os povos e sublinha a solidariedade com os povos que lutam pelo socialismo e estão envolvidos na construção do socialismo.

Apenas o socialismo pode criar as condições para a erradicação das guerras, desemprego, fome, miséria, analfabetismo, a insegurança de centenas de milhões de pessoas, a destruição do meio ambiente. Somente o socialismo cria as condições para o desenvolvimento de acordo com as necessidades contemporâneas dos trabalhadores.

Da redação, com informações do site www.solidnet.org